|
||||
| ||||
Acadêmico: José Renato Nalini Como o lugar é simbólico, em plena Amazônia devastada e tomada pela criminalidade internacional organizada, há um grande interesse mundial em comparecer e ver de perto a situação daquela que foi a última floresta tropical do planeta
Rumo a Belém Encerrada a COP29, em Baku, no Azerbaijão, começou a contagem regressiva para a COP30, a realizar-se em Belém do Pará. Como o lugar é simbólico, em plena Amazônia devastada e tomada pela criminalidade internacional organizada, há um grande interesse mundial em comparecer e ver de perto a situação daquela que foi a última floresta tropical do planeta. Prevê-se comparecimento superior a cem mil pessoas. É conveniente cuidar de todos os aspectos que fazem da COP um evento concorrido. Em Baku, a organização foi eficientíssima. Dizem que superou Dubai, onde havia filas e falta de água e de alimentação. É urgente, de igual forma, coordenar o que restará da COP30 como legado para a humanidade. Não custa lembrar que em 1992, as ameaças para a saúde do planeta ensejaram a realização da Conferência do Rio, que adotou a Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática e selou as bases para futuros acordos sobre a situação planetária. Em Berlim, no ano de 1995, foi celebrada a Conferência das Partes sob os auspícios das Nações Unidas, com o objetivo de avaliar os progressos na luta contra as mudanças climáticas. Foi o início do processo de salvação da biosfera. Em 1997, firmou-se o Protocolo de Quioto, que regulava as emissões de gases de efeito estufa nos países que aderiram. Em 2011, celebrou-se a Conferência que estabeleceu a Plataforma de Durban para a negociação de um instrumento jurídico regulatório das medidas de mitigação. Finalmente, em 2015, os 196 Estados e a União Europeia firmaram o Acordo de Paris. Um dos objetivos era mobilizar o financiamento suficiente para ajudar os países a se adaptarem aos efeitos da transformação climática. Não é fácil pensar em reestruturação de processos industriais já consolidados, mudar as diretrizes do desenvolvimento econômico. De acordo com o Banco Mundial, para 2030, as inversões para tais fins poderiam atingir vários trilhões de dólares. A magnitude do desafio é tão colossal que só pode ser realizado mediante ação coletiva de todos os países, cidades, agentes financeiros, empresas e indivíduos. Embora viva da exportação de petróleo, o Azerbaijão adotou a tática da energia verde. Constrói novas centrais hidrelétricas, plantas de energia solar e eólica. Prevê-se que algumas regiões do país logo se tornem áreas de zero emissão. É uma república muito rica. População inferior à da cidade de São Paulo: pouco mais de dez milhões de habitantes. Mas uma diversidade interessante: tem os picos nevados do Grande Cáucaso e praias com areia dourada na costa do Mar Cáspio. Posso testemunhar que a organização da COP29 foi mais que perfeita. Foram construídos vários empreendimentos que acomodaram todas as pessoas. Um dos projetos, chamado “Sea Breeze”, onde me hospedei, implicou na construção de inúmeros edifícios, em mais de quinhentos hectares convertidos em resorts e complexos residenciais, com uma gigantesca infraestrutura. Algo tão grandioso que remete a Brasília, ou aos Emirados Árabes com sua Dubai e Abu Dhabi. Hotéis, beach club, water park, píer para iates, bares, restaurantes e outros espaços para alimentação, event hall, shoppings e complexos para entretenimento, SPAs e centros de estética, fitness centers, campos esportivos para todas as modalidades, zonas especiais para crianças, parques infantis, escolas e jardins de infância, além de creches. Um Centro para exposição artística, mercado aberto vinte e quatro horas, serviços médicos, segurança absoluta e funcionamento pleno de transporte elétrico, não poluidor e silencioso. Mas o mais importante foi o treino do pessoal que se voluntariou para atender aos visitantes. Jovens de ambos os sexos, sorridentes, simpáticos e fluentes em vários idiomas, atendiam a todos com inexcedível polidez. Também, a população inteira é alfabetizada, com a maioria pós-graduada e a dominar as mais utilizadas linguagens para um relacionamento útil e amistoso com os milhares de visitantes. Tudo funcionou a contento. Transporte gratuito para levar as pessoas até o local de atividades. Cidade limpíssima, florida, colorida, com muita água e muita iluminação. Que tal eficiência e exação nos inspire a fazer com que a COP30 em Belém seja um sucesso. Torçamos para isso e façamos o possível para que dali saiam perspectivas alvissareiras para um planeta enfermo, prestes a ingressar na UTI climática Publicado no Estadão/Blog do Fausto Macedo, em 30 11 2024 voltar |
||||
Largo do Arouche, 312 / 324 • CEP: 01219-000 • São Paulo • SP • Brasil • Telefone: 11 3331-7222 / 3331-7401 / 3331-1562. |