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POVO DEVE ASSUMIR PROTAGONISMO
Acadêmico: José Renato Nalini
"Em três municípios, a população, liderada pelo Juiz, Promotor e lideranças locais, construiu presídios que não resultaram da conhecida ineficiência do governo."

Na sequência de desgraças que a mídia dissemina, em seu papel de mostrar o que choca e de zelar pela continuidade do desalento, vem de Goiás um bom exemplo.

Em três municípios, a população, liderada pelo Juiz, Promotor e lideranças locais, construiu presídios que não resultaram da conhecida ineficiência do governo.

Não se entre na discussão que se faz necessária, sobre a preponderância da prisão como punição ao delinquente. Cadeia não resolve e nem recupera o prisioneiro. O cárcere é uma pós-graduação em criminalidade. E custa caro à população. Ela não tem noção do quanto!

Mas o gesto é significativo. Mostra uma vereda que precisaria intensificação em outros setores. Tudo o que o Governo faz é mais demorado, mais dispendioso, menos eficiente e a presunção de que existe corrupção não se dissipa. Ao contrário: a cada dia se mostra mais provável, pois a Lava Jato não desestimula quem tem certeza da impunidade. As técnicas malandras se sofisticam e se tornam a cada dia mais frequentes.

Quando juízes e promotores percebem que o Estado não consegue oferecer as vagas prisionais necessárias e a população se convence de que a principal prejudicada é ela mesma, a solução não é impossível. Quando o dono do dinheiro o povo assume o controle da edificação, esta é mais confiável. Segundo se noticiou, menos de um ano foi necessário para ultimar a primeira prisão. Se estivesse a cargo da Administração Pública, talvez a obra não tivesse passado pela fase burocrática da licitação.

Se o povo perceber a força que tem e a sua obrigação de não permitir que seu dinheiro, - sacrificado e suado, já que resulta da maior carga tributária do mundo seja dilapidado, as coisas poderão melhorar no Brasil. Assim deveria ser com tudo aquilo que ele puder fazer por sua própria iniciativa. Escolas, asilos, centros de convivência, praças, abrigos, tudo o que se mostrar adequado a aprimorar a qualidade de vida de uma população espoliada, enganada e, por isso mesmo, descrente de tudo.

Não custa lembrar: governo é instrumento, é ferramenta, é encargo. O governante é servo do povo. O único detentor da soberania é o povo. Este é que precisa fazer valer aquilo que está explícito na Constituição da República: todo o poder emana do povo. Goiás mostrou que isso é possível. Por que não em outros lugares?


* é Reitor da Uniregistral, docente universitário, palestrante e conferencista.




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