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COMO EXPLICAR?
Acadêmico: José Renato Nalini
"A despeito de tudo, é preciso confiar na Democracia. Agarrar-se às explicações esfarrapadas de que somos um país jovem, de que há muito a aprender e que as novas gerações não podem ser desiludidas."

Flagrante, no Brasil, o desencanto das pessoas de bem com a política partidária. Mentira, desmandos, corrupção, tudo parece continuar, a despeito do protagonismo da Lava Jato. Parece não haver restado superfície hígida no tecido putrefato da administração pública em todos os níveis.

A despeito de tudo, é preciso confiar na Democracia. Agarrar-se às explicações esfarrapadas de que somos um país jovem, de que há muito a aprender e que as novas gerações não podem ser desiludidas.

Não se formulou uma formatação nova para o exercício do poder. Ainda necessitamos de ordem, de força, de disciplina, de regras. E é melhor que isso provenha de uma estrutura o quão democrática se possa erigir. A alternativa de força já foi experimentada e não funcionou aqui, assim como não funciona em outras partes do planeta.

O remédio é fazer com que a juventude principalmente esta, que não tem motivos para se orgulhar de sua representação política participe das eleições. Em lugar de votar em branco ou nulo, escolher quem considera bom ou o menos pior. Não aproveitar o domingo das eleições para ir à praia, mas exercer o sufrágio. Participar. Assumir responsabilidade. Tentar influenciar no angustiante processo de gerir a coisa pública.

Mas resta invocar o que resta de consciência para os candidatos e pedir que eles esclareçam os pontos mais críticos do atual processo eleitoral. Como justificar a existência de quase 40 partidos? Como assimilar o esforço dos candidatos para atrair siglas cujos próceres são pessoas execradas por seu passado remoto ou recente, tudo em troca de alguns segundos ou minutos de propaganda gratuita? Como fazer o jovem crer que não haverá “pedágio” mais adiante, com o vencedor tendo de vender a alma para satisfazer os fisiológicos que aderiram a ele?

Como aceitar a urgência de proceder às reformas de base, as modificações estruturais de um Estado falido, que trabalha com a perspectiva de 300 bilhões de déficit, que não terá condições de pagar aposentados e pensionistas, que não tem um tostão para investimento e que não leva a sério o compromisso com a educação?

Não está fácil convencer o eleitorado lúcido em 2018. Os cientistas políticos acenam com o grau de mentira que levará o candidato ao segundo turno e à vitória. Mas reconhecer que eleição é falácia é algo muito triste para uma Pátria que aspirou ser justa, fraterna e solidária.



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