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PEDAGOGIA DA EMERGÊNCIA
Acadêmico: José Renato Nalini
"A alegria cura, fortalece o sistema imunológico, enquanto o estresse nos deixa doentes”."

Quem se acostumou a reclamar do Governo, o onipotente e onisciente provedor de todas as necessidades, pretensões e idiossincrasias, precisa de um choque de realidade. A crise brasileira é insignificante, se comparada com o que ocorre em outros países. A Síria é um exemplo. Nada como olhar para outro cenário e concluir que ainda estamos numa situação privilegiada. Guerras e catástrofes naturais causam consequências trágicas em milhões de pessoas, das quais as mais prejudicadas são as crianças.
O professor alemão Bernd Ruf criou a chamada “pedagogia da emergência”, utilizada para socorrer pessoas vulneráveis como aqueles que estavam na Faixa de Gaza, no Haiti pós-terremoto, no Japão pós-tsu¬nami e no Iraque atual.
O trabalho com crianças traumatizadas mostrou a Bernd Ruf que é preciso trabalhar com quatro fases: a primeira é a do choque. Surgem reações fisiológi-cas: dor de cabeça, taquicardia. A segunda é a reação pós-traumática, na qual aparecem os sintomas de enrijecimento da musculatura da face, palidez da pele, onde os olhos se arregalam. Se os sintomas não forem tratados, a enfermidade se torna crônica e mais grave. Já a quarta, mais rara, é a mudança permanente de personalidade. A pessoa pode se tornar antissocial, delinquente, depressiva ou agressiva, adquire vícios e precisa de drogas para sentir alívio.
Nem sempre ou quase nunca a criança consegue verbalizar seus sentimentos. Por isso a metodologia Waldorf, seguida pelo mestre, usa formas artísticas: pintura, desenho, composição de música. Jogos lúdicos, como pular corda, formar uma roda, que significa harmonia, enfim, trabalha-se a alegria. “A alegria cura, fortalece o sistema imunológico, enquanto o estresse nos deixa doentes”.
Se isso é vital para as crianças refugiadas, o método serve também para outras hipóteses, não necessariamente só para guerras ou cataclismos. O trauma pode ocorrer por acidentes, criminalidade, roubo, intervenções médicas, abuso sexual. O importante é que a criança se sinta incluída, amparada e amada. Sem isso, não há se falar em recuperação. É missão gratificante resgatar a autoestima desses infantes privados de suas famílias, de seus lugares de origem, da despreocupação própria à faixa etária para que cresçam em alegria e equilíbrio, aptos a renderem homenagem à vida.
Fonte: Jornal de Jundiaí | Data: 12/02/2017




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