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A VOZ DA TELEVISÃO
Acadêmico: Gabriel Chalita
"Expor as pessoas é uma forma pouco ética de se apresentar programas ou fazer jornalismo."

Apresentador de televisão comete crime ao usar palavras ofensivas contra uma mulher. É demitido. Desta vez. E as outras?
E as irresponsabilidades que são ditas por apresentadores que entram na casa das pessoas? E as inverdades? Há uma busca enlouquecida por audiência. E há uma crença de que quanto mais se exibem tragédias mais pessoas ficam presas ao aparelho de TV. Tragédias precisam ser mostradas. Com responsabilidade. Sem exageros.

Expor as pessoas é uma forma pouco ética de se apresentar programas ou fazer jornalismo.

Os jornalismos televisivos eram mais cuidadosos. Hoje, além do claro comprometimento ideológico de um ou de outro lado, há o pouco caso com a vida do outro, com a biografia do outro. Coloca-se no ar e depois se confere se é verdade ou não. Respeito com a vida do outro? Imagine! Essa palavra e esse valor andam em desuso. No âmbito da política, é preciso que se mostre o malfeito, a corrupção, a demagogia. Mas com cuidado. Como se coloca todo mundo no mesmo balaio, o resultado é que muitas pessoas que poderiam estar na vida pública, que dariam uma grande contribuição ao país, preferem ficar de fora. Temem a imprensa. Não por fazerem algo de errado. Mas pelos erros que a imprensa comete. Erros que ficam marcados na alma de quem age com seriedade. Generalizações são sempre injustas. Da mesma forma que não se pode colocar todos os políticos no mesmo balaio, também não se pode fazer isso com jornalistas. Há muitos jornalistas sérios, que não se deixam levar pelo "furo" fácil, pelo dito sem compromisso com a verdade, pelo cuidado essencial de quem tem nas mãos um grande poder: o poder de edificar com a verdade ou de destruir com as tantas formas de corrupção.

Voltando ao início. O racismo é um horror. É a prova de que ainda há muito para se evoluir. Os preconceitos pintam a imagem mais feia do ser humano. Prefiro as outras. A da tolerância, a da convivência, a do respeito.



Por: Gabriel Chalita (fonte: Diário de SP) | Data: 20/01/2017.





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