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JOÃO BATISTA, O PREGOEIRO DE DEUS
Acadêmico: Dom Fernando Antônio Figueiredo
"Lc 3,1-6 João Batista, o Pregoeiro de Deus"

Conquistada pelos romanos, reinava uma relativa paz por aquela região do Mediterrâneo, que compreendia o país de Israel, uma nesga de terra, onde as palmeiras e figueiras cresciam ao lado de salgueiros e pequenos bosques. Não distante do deserto, usando “uma roupa de pelos de camelo e um cinturão de couro em torno dos rins”, João se autodenominava arauto da boa nova da salvação, prestes a acontecer.

Vida de asceta, fiel aos seus votos de nazareno, João não bebia vinho, não cortava os cabelos, alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. Qual pregoeiro, com o poder magnético do diferente, dizia ser a voz daquele que grita no deserto, anunciando o “batismo de conversão para remissão dos pecados”.
Albores da paz, da alegria espiritual! Para S. Hilário de Poitiers, a atitude de João Batista era provocativa, instigadora, razão de sua tal qual ansiedade em proclamar a todos a vinda do Cristo Salvador. Nos horizontes, delineava-se o vulto humano do Filho Unigênito e já se ouvia o eco da voz do Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Finalmente, os dias de Sua vinda tinham-se completado.

O último dos profetas do Antigo Testamento, João Batista, permanecia às margens do Rio Jordão, firme, imóvel, como sugere o verbo latino “stare”: sua função não era a de ir à procura de Jesus e segui-lo, mas a de ser seu precursor, de testemunhá-lo. Segundo o profeta Isaías, a manifestação de Deus seria precedida pela passagem de um cortejo processional ou triunfal, que transformaria o deserto em largos vales verdejantes. À frente, em altas vozes, anunciando o novo Êxodo, um profeta, que o povo identificava a João Batista.

Grande era a curiosidade. De todas as partes, acorriam pessoas desejosas de ouvi-lo; de Jerusalém vieram “sacerdotes e levitas para interrogá-lo”. À mente dos que o ouviam, fervilhavam interrogações: “É ele o nosso Libertador? O Messias prometido? É ele que trará a salvação a Israel, às nações e a toda a humanidade? ”.

O mesmo Espírito, que inspirava e guiava João, e os tinha atraído até ele, certamente, permitiria que reconhecessem a voz daquele de quem João dizia não ser digno nem mesmo de desatar as correias de suas sandálias.

+ Dom Fernando Antônio Figueiredo, ofm




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