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O PEDIDO DOS FILHOS DE ZEBEDEU - MC 10, 35-45
Acadêmico: Dom Fernando Antônio Figueiredo
Mc 10, 35-45 - O pedido dos filhos de Zebedeu

No âmago da existência, o que nos impulsiona não é propriamente um interesse geral, abstrato, mas sim uma razão viva, constante, mais de fundo, que nos envolve e se traduz em manifestações e orientações específicas, que regulam nosso agir e nossas decisões.

Todavia, por vezes, os próprios Apóstolos deixam-se guiar por razões mais de superfície, mais imediatistas, na busca de honra, poder, vaidade, cargos importantes. Interpretando as palavras do Mestre como anúncio da realização messiânica do seu Reino, os dois filhos de Zebedeu vão a Jesus e pedem-lhe para ocupar os primeiros lugares, um à sua direita e outro à sua esquerda.

O Mestre queria que eles estivessem imbuídos de amor, de generosidade, de cuidado, de disponibilidade; sem dúvida, havia uma ambição a ser corrigida. Mas era necessário que eles acolhessem a crítica e reconhecessem que a fé exige um confronto de base, vital, com a verdade da vida.

Assim, sem desprezar suas aspirações, o Mestre procura tocá-los interiormente, para conduzi-los a um objetivo, que as transcende: a busca apaixonada de algo maior, sublime, vivido no cumprimento de uma missão, cunhada pelo modo de ser do serviço.
Por isso, pergunta-lhes o Mestre: “Podeis beber o cálice que eu vou beber, ou receber o batismo que estou para receber? ”.

Não é a primeira nem a última vez que o Evangelho sublinha o desejo de precedência. Surpresos com a resposta, os dois irmãos respondem, sem titubear: “Nós podemos”. De fato, após terem devolvido vigor e coragem a muitos desesperançados, Tiago morrerá mártir e João estará no Calvário, partilhando do cálice com Jesus, no sofrimento da cruz.

Porém, percebendo que os demais Apóstolos, talvez, tenham desejado a mesma honra que os dois filhos de Zebedeu, o Mestre reafirma seu serviço de amor, de doação, de solidariedade para com o povo e lhes diz: “Aquele que dentre vós quiser ser grande, seja o vosso servidor, e aquele que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o servo de todos”. Ele não se refere ao futuro; fala de algo que deveria norteá-los, desde sempre.

No entanto, absorvidos por pensamentos de triunfo e de honra, os Apóstolos divagam. Só mais tarde é que eles irão compreendê-Lo; agora, permanecem presos à ideia da manifestação gloriosa do Messias. O Senhor se sente só!




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