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Acadêmico: José Renato Nalini É um novo mundo educacional, voltado às necessidades do mercado e mais atento às demandas
Employer University: a solução Há muito tempo a iniciativa privada percebeu que a escola convencional é ineficiente no preparo de quadros profissionais competentes. Um ensino arcaico, baseado na capacidade de memorização, oferece diplomas, porém não garante êxito ou ferramenta hábil para um trabalho rentável e prazeroso. Daí surgiram as Universidades Corporativas, uma resposta à insuficiência do ensino formal. As empresas bem-sucedidas já deixaram de colocar o diploma como algo essencial à contratação de um novo funcionário. Sua iniciativa procura suprir a inadequação de um ensino que negligencia as habilidades socioemocionais. De que adianta um erudito que não tem iniciativa? Ou que não sabe se comunicar? Ou que despreza subalternos, enquanto bajula superiores? O mundo precisa de novos perfis. Aqueles que se adaptem às bruscas mudanças, que são inevitáveis. Adaptar-se ao inesperado. Reagir ao novo. O mercado responde à fragilidade das escolas e cria seus centros de formação ou até de graduação própria. Esse fenômeno é frequente no exterior, onde foi denominado "employer university", ou "Universidade do empregador". Esse modelo atrai jovens que enxergam a oportunidade de já sair vinculado à empresa, pois os cursos a ela integrados têm certificação no MEC. Em São Paulo já existe a Faculdade XP, criada pela XP-Inc, voltada à assessoria de investimentos. O objetivo é atrair profissionais para vagas futuras. Se os alunos vão começar a trabalhar dentro de dois anos, desde o primeiro dia do curso já vão orbitar no projeto educacional focado em uma formação que o ensino universitário não oferece. Algo semelhante ocorre com o Instituto de Tecnologia e Liderança - Inteli, com cursos de graduação voltados para inovação e empreendedorismo na área de computação. Foi criado pelos sócios do Banco BTG Pactual, após perceberem que era preciso formar profissionais com conhecimento técnico, mas também para ocupar cargos de gestão e liderança. O objetivo é desenvolver competências de negócios como finanças e técnicas de vendas, habilidades comportamentais como trabalho em equipe e resolução de conflitos, sem prejuízo de uma base de conhecimento teórico. Outro exemplo é a Escola da Nuvem, que surgiu em 2020, entre empresários do setor de computação em nuvem, visando solucionar a demanda do mercado por profissionais capacitados. Há notória escassez de profissionais que conheçam as ferramentas de nuvem da Microsoft e da Amazon. E o mercado reclama dessa ausência. Daí a criação desse curso. A Nuvem fornece um curso de Fundamentos em AWS, plataforma de serviços de computação em nuvem da Amazon. É inteiramente online e gratuito. É uma oportunidade para esses jovens que são atraídos para a tecnologia e só encontram no ensino aberto, cursos teóricos e causadores de uma crescente evasão. Um projeto em curso é o da UNIREGISTRAL, que já existe há vários anos como braço acadêmico da ARISP, a Associação dos Registradores de Imóveis de São Paulo. Ela agora oferecerá um curso de tecnólogo para o pessoal especializadíssimo em garantir a propriedade e os direitos reais para os brasileiros, atuando numa delegação registral imobiliária. Também servirá de preparo aos inúmeros pretendentes à aprovação em concurso para outorga de delegações extrajudiciais - os antigos cartórios - a cargo do Tribunal de Justiça. É um novo mundo educacional, voltado às necessidades do mercado e mais atento às demandas e à urgência de formar pessoal que efetivamente consiga trabalhar e sobreviver, não apenas carregar um diploma. Publicado no Jornal de Jundiaí, em 19 10 2023 voltar |
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