EGLANTINA
 
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Eglantina: nosso emblema
(Revista da Academia Paulista de Letras - Ano XXXIV, Março de 1977, nº 89.)

O emblema da Academia, bem como o distintivo e o ex-libris, foram solicitados pelo Presidente Alcântara Machado e idealizados pelo artista José Wasth Rodrigues (1891-1957), que se notabilizou por inúmeros trabalhos artísticos ligados à história do país e à heráldica, sendo de sua confecção o brasão do Estado de São Paulo, instituído em 1932 pelo governo constitucionalista.

José Wasth Rodrigues encaminhou sua proposta à Academia Paulista de Letras em 18 de fevereiro de 1939, com as seguintes observações: A criação de um emblema para a Academia Paulista de Letras, tendo como divisa o verso de Bilac: Última flor do Lácio..., referindo-se o poeta à língua portuguesa para lembrar a sua origem latina, realiza-se de maneira satisfatória pela representação da rosa clássica que se encontra nos ábacos dos capitéis ou nos tetos das cornijas antigas, por satisfazer ela a necessidade de uma simbolização ampla e elevada.

Esta mesma rosa figura na heráldica sob o aspecto de uma flor de cinco pétalas, estilização da rosa silvestre ou eglantina. Não pode ter outra forma senão a que eu represento, pois, diz Santos Ferreira, no Armorial Português, que a rosa heráldica tem cinco pétalas, uma das quais voltada para o chefe do escudo, e cinco pontas nos intervalos das pétalas. Difere do quinqüefólio em ter as pétalas arredondadas e ao centro um olho ou botão que pode ser do esmalte da flor ou de qualquer outro.

A mesma definição vem em Ghenzi, que diz: Rose, églantine avec ses cinq feuilles, entre lesquel es apparaissent les sépales. A. Tailhades, o grande mestre da heráldica chama a atenção para que toute fleur regulièrement inscrite dans un cercle est composée de parties semblables gironnantes et poséesde façon à ce qu une de ces parties soit toujours au sommet de cette figure.

A sua substituição, por uma outra flor qualquer, regional, iria prejudicar e deturpar consideravelmente o sentido do lema adotado. Seria possível tal coisa se o lema fosse outro, ou se quiséssemos fazer alusão a uma língua regional ou ameríndia. Por todas estas razões, que apresento, creio que a última flor do Lácio não poderá ser melhor representada do que da maneira que o fiz, isto é, dentro dos moldes latinos e de acordo com a ciência abstrata e elevada por excelência, que é a heráldica (1).




(1)" Esboços e estudos preliminares de José Wasth Rodrigues, de que resultou o emblema da Última Flor do Lácio, representado acima, na ordem em que nos concedeu o artista. (revista da Academia Paulista de Letras, Ano XXXIV, no. 89. marçode 1977, documento existente no acervo da Academia Paulista de Letras).




 
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