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Acadêmico: José Renato Nalini Figura influente no Império, era filho do Barão de Jundiaí, de quem recebeu o mesmo nome.
Agruras do Visconde Antônio de Queiroz Telles nasceu em Jundiaí em 1831 e faleceu em Campinas, em 1888. Figura influente no Império, era filho do Barão de Jundiaí, de quem recebeu o mesmo nome. O Barão de Jundiaí nasceu também aqui em 1789 e faleceu em Campinas em 1870. Família poderosa na nobiliarquia rural, possuía enorme latifúndio, conhecido como "Sítio Grande", que foi repartido em várias fazendas: São Luís, Buritis, Boa Vista e Santa Gertrudes. Além do Conde do Parnaíba, foi pai de Joaquim Benedito, barão do Japi e Ana Joaquina do Prado Fonseca, a segunda baronesa de Jundiaí. Mas detenhamo-nos sobre o Conde. Ele era o Presidente da Província de São Paulo em 1887, quando se viu substituído pelo deputado Rodrigues Alves, que depois veio a ser Presidente da República. O Conde do Parnaíba estimava o deputado Francisco de Paula Rodrigues Alves. Tanto que, ao anunciar seu sucessor, dele afirmou: "Paulista distintíssimo, cujo caráter e cujo talento são o penhor certo de uma administração honesta, inteligente e fecunda". Rodrigues Alves foi encarregado de assumir o governo bandeirante porque a província registrava grande agitação. O abolicionismo era uma tendência irreprimível e estimulava os escravos a crescentes revoltas. O governo do Visconde de Parnaíba não tinha forças para conter a rebelião. Escravos em todo o território paulista queriam chegar a Santos e a Ubatuba, os portos do litoral. Por causa disso, em outubro de 1887 houve uma tragédia na serra do Cubatão. Capangas, armados por fazendeiros, massacraram vários cativos que faziam parte de um grupo rebelado em Piracicaba e que, atravessando a mata, procurava atingir o litoral. Parnaíba, desgostoso com a impotência de seu governo em conter escravos fugidos e senhores assassinos, pediu exoneração. Foi nesse clima de consternação que o jovem Rodrigues Alves, então com trinta e nove anos, assumiu o comando da gente paulista. O Visconde de Parnaíba mencionava a abertura de processos em certas comarcas, contra senhores acusados de maltratar os escravos. Grupos cada vez mais numerosos de cativos fugiam das fazendas, eram perseguidos e nem sempre recolhidos à prisão, porque os feitores davam ordens de extermínio. Pessoas condoídas da sorte dos elementos servis aderiam a eles e formavam grupos armados que tentavam arrombar a cadeia e libertar os detidos. A Força Pública era insuficiente para atender a todas as ocorrências. Foi um período de muito tumulto. Recrudescia o movimento pró e contra a abolição. Fazendeiros estavam desalentados e era comum que as autoridades encarregadas de manter a ordem abandonassem suas funções. Em 11 de dezembro de 1887, houve insurreição de escravos nas fazendas de Cabreiras e de Indaiatuba, ambas do Barão de Serra Negra, Francisco José da Conceição. Aglomeravam-se os escravos pelos caminhos e ao longo da Estrada de Ferro Ituana. O juiz de direito de Limeira alertou sobre uma revolta geral no município. O Barão de Resende pediu socorro para atender à revolta nas fazendas do sogro, o Barão de Serra Negra. Rodrigues Alves era obrigado a responder que não tinha condições de atender a todas as demandas por segurança. Os fazendeiros, vendo tudo perdido, principiaram a ceder. O Marquês de Três Rios, Joaquim Egidio de Sousa Aranha, reuniu na capital cerca de duzentos proprietários rurais e seiscentos escravos, propondo a libertação em três anos, com melhoria das condições de vida dos negros. Martinho Prado Júnior apoiou a proposta. Campos Sales exigiu a libertação imediata. Recolheram-se os Queiroz Telles, que já haviam criado o Núcleo Colonial Residencial Italiano "Barão de Jundiaí", para receber os que substituiriam o braço escravo. Publicado no Jornal de Jundiaí, em 02 07 2023 voltar |
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