|
||||
| ||||
Acadêmico: José Renato Nalini A preocupação com o futuro do planeta não pode ser restrita aos governos.
ESG para valer A preocupação com o futuro do planeta não pode ser restrita aos governos. Estes, numa constatação empírica e talvez singela, estão mais interessados em práticas mais imediatistas e interesseiras. O tema da mudança climática deve motivar todas as pessoas de bem. Afinal, de nosso comportamento agora dependerá a própria sobrevivência da humanidade. E não temos dado bons exemplos. O Brasil é campeão na devastação da cobertura vegetal, na poluição do ar, da água, do solo e de todos os espaços físicos, é top em desperdício e em descarte. Um dos maiores produtores de resíduo sólido - (eufemismo para denominar o nosso conhecido "lixo") - e líder na produção de iletrados. Ainda temos milhões de analfabetos em sentido estrito (ou completo) e outros tantos milhões de analfabetos funcionais. Conseguem soletrar, rabiscar o nome, porém não sabem o que estão lendo, nem são capazes de reproduzir um texto com outras palavras. Não leem e não se interessam pela leitura. Têm um limite muito estrito de competência. Uma estratégia saudável para tentar reverter um quadro preocupante é adotar a agenda ESG, da sigla em inglês que propõe um trato simultâneo e conciliado de cuidado com o ambiente (Environment), redução das desigualdades sociais e governança. Quanto aos dois primeiros, não é necessário explicar. Somos cruéis em relação à natureza e não nos emocionamos com as iniquidades de uma nação em que trinta e três milhões de irmãos passam fome diariamente. Já o "G" do ESG é a governança, que pode ser traduzida por uma gestão inteligente dos próprios interesses. A busca da eficiência. A procura de obter os melhores resultados com o uso do esforço possível. É o uso do bom senso, da racionalidade, da inteligência ainda humana, antes de ser substituída pela inteligência artificial. A iniciativa de contemplar ESG em todas as atividades deve resultar de uma consciência desperta para o maior perigo que ronda a humanidade. E há iniciativas bem interessantes em curso. Uma delas é a Coca-Cola, em parceria com a Abrasel-Associação Brasileira de Bares e Restaurantes e SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas empresas. O trio lançou uma capacitação em ESG para os pequenos empreendedores em bares e restaurantes. O Projeto se chama "Tempero Sustentável" e está disponível na internet, no site cocacoladaumgasnoseunegocio.com. São pílulas em vídeo, divididas em quatro blocos. Explicação de conceitos básicos e questões práticas rotineiras. Isso serve para todos os pequenos empreendedores e é uma preocupação fazer com que a juventude encontre fórmulas de sobrevivência digna, diante do desaparecimento de tantas profissões e do declínio de outras tantas. O curso ensina organizar e gerir contas e atenção para pequenas questões, como reduzir o desperdício de água e energia, facilitar a reciclagem, incentivar boas práticas. Comprar de pequenos produtores, incentivar a formação de uma cadeia, para diversificar o cardápio, com vistas a atender uma clientela vegetariana ou vegana. O intuito foi trazer informações plausíveis para a realidade dos pequenos negociantes. Ideias como a economia circular, que garantem ganhos e reduzem desperdício. Reduzir o gasto de óleo, vender o óleo usado, reciclar vidro e alumínio, tudo pode diminuir o preço do produto. A Prefeitura deveria se empenhar nisso também, inclusive com vistas ao incremento do turismo, verdadeira indústria que pode salvar economias em crise e que abre potencial enorme de possibilidades para as novas gerações. ESG não é para discurso: é para valer! Publicado no Jornal de Jundiaí, em 28 05 2023 voltar |
||||
Largo do Arouche, 312 / 324 • CEP: 01219-000 • São Paulo • SP • Brasil • Telefone: 11 3331-7222 / 3331-7401 / 3331-1562. |