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Acadêmico: Rubens Barbosa Não me lembro de ter escutado discurso de presidente brasileiro na Assembleia-Geral ser aplaudido mais de uma vez - a volta do Brasil ao cenário internacional foi sete vezes aplaudida
Brasil volta ao cenário internacional com aplausos na ONU O presidente Lula, na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas, fugiu da regra dos discursos presidenciais da última década. O próprio Lula, Dilma e Bolsonaro aproveitaram a tribuna da ONU para falar para seu público interno. As longas e cansativas falas eram na realidade memorandos sobre a política e a economia interna no Brasil. Na sua apresentação, nesta terça, 19, Lula não trouxe qualquer novo assunto. Todos os temas que Lula tem tratado nos primeiros nove meses de governo, com a ênfase de que o Brasil está de volta ao cenário internacional, foram reiterados. Questões que o Brasil abordou nas 21 reuniões bilaterais no exterior e nos encontros multilaterais como a COP no Egito, no G-20, no Brics, na reunião de cúpula dos presidentes sul-americanos, na Cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica foram colocados de maneira clara para a Assembleia-Geral. Desenvolvimento social (combate à fome e à pobreza), desenvolvimento sustentável, energia renovável, reforma da governança dos organismos internacionais, unilateralismo nas decisões dos países desenvolvidos no tocante `as sanções econômicas e comerciais, defesa da democracia, critica da extrema direita, nacionalista e autoritária, liberdade de imprensa e desinformação e fim do desmatamento da Amazônia estiveram no centro do discurso. O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, abriu a rodada de discursos na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, Estados Unidos O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, abriu a rodada de discursos na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, Estados Unidos Foto: Justin Lane / EFE A grande e importante novidade foi a maneira como as posições do governo brasileiro foram apresentadas. Lula se dirigiu ao mundo e não ao público interno. No centro de sua exposição esteve a desigualdade em todos os aspectos, políticos, econômicos, comerciais, sociais, reiterando o interesse brasileiro em cumprir todos os compromissos internacionais e domésticos para buscar a redução desses desequilíbrios. Criticou os reduzidos progressos nos programas internacionais para esse objetivo, inclusive a Agenda 2030 e seus 17 objetivos e anunciou um 18º programa que o Brasil irá implementar, o de igualdade racial. Nesse contexto, reiterou as críticas à inoperância e a paralisia do Conselho de Segurança da ONU e a necessidade de sua ampliação entre os membros permanentes e nos rotativos e insistiu na reforma do Banco Mundial e do FMI, tanto na governança, quanto nos recursos destinados aos países mais pobres. Não deixou de mencionar a necessidade de se buscar a paz na Europa, reiterando a posição de equidistância do Brasil ao condenar a invasão e a perda da integridade territorial da Ucrânia, contrárias a Carta das Nações Unidas. Publicado no jornal O Estado de S. Paulo Em 19 09 2023 voltar |
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