|
||||
| ||||
Acadêmico: José Renato Nalini Falar é fácil. Fazer é mais difícil. Mas a hora final já está no horizonte. A ciência já cansou de avisar.
A fala é bonita Mas será que a prática seguirá o discurso? O Brasil é pródigo em planos e promessas. Avaro na execução dos primeiros e no cumprimento das segundas. Todos sabem que o maior perigo que ronda a humanidade é a mudança climática gerada pela insensatez dos humanos. O abuso em relação à natureza, o desperdício, a sujeira, a falta de senso, a perversidade nua e crua, tudo contribui para acelerar o término da aventura dos “racionais” sobre a Terra. E diante da catástrofe, a cada dia mais perto, portam-se governo e sociedade como se não fosse com eles adotar táticas de ao menos mitigar a crise e atrasar o caos. Fala-se em “agenda de desenvolvimento sustentável”, mas na prática, incentiva-se o carro popular, instrumento poluidor e a mais egoística forma de transporte. É só apurar empiricamente o uso desse veículo: mais de noventa por cento a circular com um único passageiro, que é o próprio motorista. O governo sabe e propala que a sustentabilidade não é mania, não é um novo modismo. É questão de salvação da humanidade. Mas ao mesmo tempo em que reconhece que a economia sustentável é uma oportunidade, permite que a Amazônia e os demais biomas sejam comprometidos e destinados à extinção, por força do domínio dos delinquentes apátridas que neles atuam. A transformação ecológica e a regulamentação do mercado de carbono estão na teoria. Explora-se, na verborragia, o plano de seis eixos do plano de transformação ecológica. Finanças sustentáveis, adensamento tecnológico, bioeconomia, transição energética, economia circular e nova infraestrutura verde e adaptação da sociedade brasileira a tudo isso. Fala bonita. Mas o que ocorre na prática? Onde a punição dos infratores ambientais? Onde o estímulo a que a iniciativa privada contribua para o reflorestamento? Onde o chamamento sério à comunidade internacional para trazer para o Brasil os trilhões de duros disponíveis para a descarbonização? Onde a educação ambiental que atinja toda a população, fazendo-a preservacionista para salvar a própria pele? Falar é fácil. Fazer é mais difícil. Mas a hora final já está no horizonte. A ciência já cansou de avisar. O bicho-homem colherá o fruto amargo de sua própria inconsequência. Publicado no jornal Diário do Litoral Em 23 08 2023 voltar |
||||
Largo do Arouche, 312 / 324 • CEP: 01219-000 • São Paulo • SP • Brasil • Telefone: 11 3331-7222 / 3331-7401 / 3331-1562. |