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Acadêmico: José Renato Nalini Os nomes dos que empolgaram o poder são varridos pela História e a substituição do ontem pelo imediato mantém a rotação do tempo em ritmo cada vez mais acelerado.
A brevidade das coisas Os humanos somos desatentos quanto ao principal e cuidadores do que é acessório. O principal é que somos finitos. Temos algumas preciosas décadas para fazer valer a nossa peregrinação por este maltratado planeta. A regra geral é desperdiçá-las com o que não interessa. Não somos donos de nossa experiência terrestre. Nascemos sem pedir. Morremos sem querer. Para alguns, a luta pelo poder consome a saúde mental e também a física. Guerra verdadeiramente fratricida, que justifica a inobservância das mais elementares regras de convivência. Um vale-tudo a um tempo homicida e suicida. Tudo passa, nada resta das vaidades, dos egoísmos, das mesquinharias em que se envolveu a política partidária. De uma ciência voltada à saudável coordenação do convívio, perverteu-se em profissão que agremia os que nada mais têm a perder em termos éticos. Os nomes dos que empolgaram o poder são varridos pela História e a substituição do ontem pelo imediato mantém a rotação do tempo em ritmo cada vez mais acelerado. Basta examinar o passado paulista, desde a Independência até 1872, exatamente o período imperial. Quem é que se recorda hoje, de quem geriu a coisa pública bandeirante? Apenas os alfarrábios, cada vez menos consultados, registram os nomes dos "Presidentes de São Paulo" - era assim que então se chamavam os Governadores - que serviram a Pedro I e a seu filho Pedro II. O primeiro "Presidente" de São Paulo foi o Visconde de Congonhas, que tomou posse em 1º de abril de 1824. Em seguida, assume Thomaz Xavier Garcia d'Almeida, empossado em 19 de dezembro de 1827. José Carlos d'Almeida Torres assumiu em 13 de janeiro de 1829, substituído por Aureliano de Souza e Oliveira, posse em 2 de janeiro de 1831. Ficou pouco mais de seis meses a governar. Sobreveio Manoel Theodoro de A. Azambuja, que tomou posse em 18 de junho de 1831. E foi nesse ano que Pedro I abdicou em favor de seu filho menor, o pequeno Pedro de Alcântara, que viria a reinar de 1840 a 1889. Durante a Regência Feijó serviram Rafael Tobias de Aguiar, que se casou com a Marquesa de Santos e que assumiu em 17 de setembro de 1831. Em 25 de setembro de 1835 passa a governar José Cesário de Miranda Ribeiro e ainda houve mais um governador: Bernardo José Pinto Gavião, cuja data de posse é incerta. Na Regência Olinda, o "Presidente do Estado" foi Venâncio José Lisboa, empossado em 12 de março de 1838, substituído por Manoel Machado Nunes. Decretada a maioridade de Pedro II, volta Rafael Tobias de Aguiar a governar São Paulo, a partir de 6 de agosto de 1840. Mas já em 15 de julho de 1841 era substituído por Miguel de Souza Mello Alvim. O Visconde de Macaé foi o chefe do poder desde 17 de agosto de 1842 até 27 de janeiro de 1843, quando Joaquim José Luiz de Souza tomou a cadeira de governante. Manoel Felizardo de Souza Mello exerceu a presidência desde 25 de novembro de 1843 até 1º de junho de 1844, quando é trocado por Manoel da Fonseca Lima. Conseguiu exercer a governança por quatro anos, até que Domiciano Leite Ribeiro tomasse o seu luar em 23 de maio de 1848. O Padre Vicente Pires da Motta, um dos lentes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco foi o comandante da gente paulista a contar de 16 de outubro de 1848. José Thomaz Nabuco de Abreu veio a ocupar a principal cadeira do poder em Piratininga, na data de 28 de agosto de 1851. Joaquim Octávio Nébias o reveza em 30 de setembro de 1852. Josino do Nascimento e Silva foi nomeado em 8 de dezembro de 1853 mas só tomou posse em julho de 1854. Em seguida veio Francisco Diogo Pereira Vasconcellos, posse em 2 de abril de 1856 e José Joaquim Fernandes Torres, que assumiu o poder em 28 de setembro de 1857. Policarpo Lopes de Leão, cuja posse ocorreu em 17 de abril de 1860, é considerado o "Presidente da Conciliação". Sempre houve quem concordasse e quem discordasse dos exercentes do poder. Antônio José Henrique foi apontado pelos políticos da época, alguém que "desgovernou" a Província de outubro de 1860 até abril de 1861, "quando foi tirado este flagelo de São Paulo". A luta entre os partidos entregava a chefia da Província ora a conservadores moderados, como João Jacintho de Mendonça, ora a progressistas como Vicente Pires da Motta, que voltou a ser presidente em 1862, substituído em 1864 por outro progressista: Francisco Marcondes Homem de Mello. Desde então, e até 1872, tiveram vez os liberais: João Crispiniano Soares, João da Silva Carrão, José Tavares Bastos, Joaquim Saldanha Marinho, Barão de Itaúna, Antônio da Costa Pinto, Costa Pereira Francisco Xavier Pinto Lima e João Theodoro Xavier. Quem se lembra deles em 2023? Experimentaram todos a brevidade das coisas, a fugacidade da vida. Publicado no Blog do Fausto Macedo/Estadão Em 28 07 2023 voltar |
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