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Acadêmico: José Renato Nalini ..ou não será! A mudança climática está em curso e tudo tende a piorar.
Sua vida será verde ..ou não será! A mudança climática está em curso e tudo tende a piorar, porque governo só pensa em eleição e na matriz da pestilência chamada reeleição. O que não cabe nesse cálculo não entra na cogitação dos políticos profissionais que substituíram o interesse pelo bem comum por um "salve-se quem puder". Se esperança houver para o futuro da humanidade, ela reside na consciência e no coração da juventude. Ela tem razão de estar desalentada, por não enxergar na liderança do Poder Público alguém com quem se identifique. Por negligenciar a educação, o Brasil é um país de iletrados. Dessa falha matriz decorrem todos os demais problemas tupiniquins. Sociedade iníqua, em que trinta e cinco milhões de humanos passam fome, outros tantos estão privados de saneamento básico, de esgotamento doméstico, de moradia, de saúde e de perspectivas de um amanhã com dignidade. Empregos desapareceram e vão se exaurir, porque a automação substituirá aquelas atividades que pessoal pouco qualificado consegue fazer. Quem consegue enxergar a triste realidade e também não quer ser cooptado pela delinquência, cada vez mais organizada e mais sofisticada, tem de acordar para o tema sustentabilidade. Os fenômenos climáticos devem ser um aviso eficaz de que algo há de ser feito, com urgência, e que não se pode contar com governo. Então, para sobreviver, a juventude terá de assumir o desafio de se comportar de maneira ecológica. O Instituto Cíclica pesquisou e afirma que o futuro do trabalho do jovem brasileiro é verde. Isso significa que há muito a ser feito em termos de preservação. O Brasil carece de um bilhão de árvores. Não se vê o plantio na escala necessária. Formar mudas, mediante coleta das sementes que se perdem, criar viveiros, especializar-se em reflorestamento de qualquer espaço, é um campo de trabalho de muita amplitude. Cultivar produtos orgânicos, plantas ornamentais, flores, é outra alternativa que pode ser bem exitosa. Cuidar das matas ciliares, recuperar nascentes que cederam espaço para o asfalto, produzir alimentos com produtos naturais, é opção viável. O Brasil se acostumou a exportar comodities. Mas quando ele conseguir fazer de suas frutas compotas, geleias, doces cristalizados, ele verá que o valor agregado faz toda a diferença. Recuperar as receitas caseiras, especializar-se na confecção de uma culinária regional, explorar o turismo rural, fazer com que a criança trancada num apartamento viva o seu dia na fazenda, é algo que poderá sustentar famílias. O turismo é uma indústria que salvou a Espanha. Quando o desemprego se tornou uma tragédia, os espanhóis treinaram para conhecer mais sobre sua história, descobriram espaços atrativos que não eram visitados, incentivaram a vinda de estrangeiros. Arribaram. Colocaram sua economia em dia. Isso pode ser feito no Brasil, pois cada cidade tem suas atrações, tem suas tradições, tem suas reminiscências. Estas é que precisam ser resgatadas. Até mesmo as tradições religiosas. O turismo religioso é algo muito pouco levado a sério no Brasil, ressalvada a peregrinação à Aparecida e o Círio de Nazaré. Existe um universo de potencialidades ainda ignorado na Amazônia e nos demais biomas. Descobrir o valor medicinal, cosmético e alimentar da nossa exuberante flora é também encontrar o pote de ouro no final do arco-íris. Pois tudo tem valor e só a ignorância é que despreza o patrimônio à disposição e que tem sido exterminado antes mesmo de ser realmente descoberto. A economia sustentável abre um campo enorme de possibilidades, muito mais promissor do que permanecer naquelas velhas profissões que, com a Inteligência Artificial generativa, tendem a primeiro perder valor e sedução, até que venham a desaparecer. Pense nisso, jovem brasileiro! Se quiser subsistir com decência e dignidade, procure uma atividade sustentável. O seu trabalho, o seu futuro, a sua vida serão verdes. Precisarão ser. Senão, não haverá trabalho, não haverá futuro e sequer existirá a dádiva gratuita da vida, que não estamos sabendo preservar. Publicado no Blog do Fausto Macedo/Estadão Em 03 07 2023 voltar |
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