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Acadêmico: José Renato Nalini O engajamento da sociedade é a única fórmula para salvar o mundo.
A obrigação é nossa Convicto de que as mudanças climáticas representam o maior perigo que ronda a humanidade, não me iludo com as promessas governamentais de adequado enfrentamento. A política profissional converteu-se num espaço contaminado. Excesso de partidos e ausência absoluta de ética não autorizam qualquer crédito aos profissionais que fazem da vida partidária a sua egoística vocação. Sabe-se que a emissão de gases causadores do efeito estufa no Brasil é devida ao desmatamento. A destruição acelerada de todos os biomas, principalmente da Amazônia, incentivada pelo último governo, fez com que nossa pátria, considerada promissora potência verde, fosse reduzida à condição de "Pária Ambiental". Todos sabem que reflorestar é o remédio. Remédio caro e de efeitos lentos. O custo de um reflorestamento em escala reclama observância de várias etapas: estudos customizados, assistência técnica, treinamento, produção de mudas, preparação do solo e obras conexas, assim como a construção de cercas. Em seguida, acompanhamento zeloso ao longo de vários anos. Enquanto a criminalidade organizada se sofistica e atua em todos os ramos de negócios, imiscuindo-se na própria atividade estatal, com os métodos eficazes de lavagem do dinheiro maligno, o governo simplesmente não faz reflorestamento. Prefere custear os milhões de cargos públicos distribuídos por todas as esferas da complicada e perdulária Federação tupiniquim. Ainda que ele se propusesse a restaurar as áreas degradadas, levaria mais ou menos um século para que esse espaço pudesse retornar ao que já foi antes da devastação perpetrada pelo violento bicho-homem. Por isso é que cada ser humano que ainda não perdeu um resquício de consciência, que ainda quer ser ético, se incumba de fazer aquilo que pode. E o que é possível no âmbito individual? Um compromisso que todos podem assumir e não há quem não possa praticar, é semear a cultura ecológica. Mostrar a todos, principalmente às crianças, ainda não corrompidas, que se a humanidade não criar juízo, não haverá mais água, nem oxigênio, nem verde. Ou, simplesmente, não haverá mais vida neste sofrido planeta. Disseminar a preocupação com o ambiente. A começar pela intensa e dolosa produção de resíduos sólidos. O Brasil desperdiça um tesouro considerável ao jogar fora embalagens caras, ao emporcalhar as ruas, ao arremessar na água garrafas pets, colchões, geladeiras, carcaças de automóveis. Um sintoma da falta de civilização nesta terra que os índios conservaram durante milhares de anos com exuberante biodiversidade, é a existência de "desmanches" e de "lixões". Um país civilizado - exemplo, qualquer um da Escandinávia, ou seja, Dinamarca, Noruega, Suécia, Finlândia - possui há muitos anos a logística reversa. Quem fabrica algo é responsável por sua vida útil e pelo aproveitamento do que restar após ter servido às finalidades para as quais esse produto foi preordenado. Por isso é que na Suécia não se encontra carcaça de Volvo em qualquer lugar. A indústria recicla o valioso material com que fabrica um dos melhores automóveis do mundo. Também é possível plantar ao menos uma árvore. O melhor seria plantar muitas. Mas repor aquelas que o descaso ou a maldade própria a quem não sabe "fazer" um vegetal, mas sabe destruí-lo sem caridade, é alguma coisa ao alcance de qualquer indivíduo bem intencionado. Há espaços ociosos que poderiam servir para abrigar jardins, hortas, pomares, pequenas reservas florestais. Cultivar espécies em vias de extinção. Premiar as melhores práticas. Cidadão consciente precisa mostrar à juventude que o trabalho na terra é digno e prazeroso. Muito melhor do que passar anos numa faculdade que prometeu, há tanto tempo atrás, uma chance de "vencer na vida" e que hoje pratica um quase estelionato. Pois oferece um diploma que não vai mudar a vida do formando. O engajamento da sociedade é a única fórmula para salvar o mundo. As pessoas precisam ser alertadas, depois capacitadas para produzir e vender mudas, para plantá-las, para cuidar delas. Mostrar que é uma vergonha para o país que mais desmata, dedicar à restauração florestal apenas 0,01 do território brasileiro. Exigir compostura aos governantes e alertar nossos semelhantes em relação à catástrofe que se avizinha com celeridade, é obrigação nossa. Ou você não se sente responsável por tudo isso? Publicado no Blog do Fausto Macedo/Estadão Em 15 05 2023 voltar |
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