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Acadêmico: José Renato Nalini A lei exige prova concreta de diligências que comprovem a sustentabilidade de toda a cadeia de suprimentos.
A conta vai chegar Civilização é outra coisa. A Europa sabe que o aquecimento global é a mais perigosa ameaça que paira sobre a humanidade. Por isso a União Europeia adotou normativa para proibir que produtos ligados ao desmatamento sejam adquiridos em seu território. Isso inclui café, carne bovina, soja, madeira, cacau e outras comodities produzidas no Brasil. A lei exige prova concreta de diligências que comprovem a sustentabilidade de toda a cadeia de suprimentos. O Parlamento Europeu leva a sério a questão ambiental e responde ao anseio de todas as pessoas que se preocupam com o futuro da vida neste maltratado planeta. Uma excelente notícia é a de que outros artigos derivados daqueles primeiros explicitados também entram na proibição. Papel, chocolate e couro, por exemplo. E há uma cláusula permitindo a inclusão de outros, a partir da evolução das técnicas de desmatamento, que sempre estão à procura de falhas ou lacunas normativas para continuar o extermínio da floresta. Essa legislação é celebrada como marco histórico para as florestas, principalmente para a Amazônia. Vibram com sua aprovação o Observatório do Clima, entidade que congrega setenta e sete organizações vinculadas à preservação ecológica. O cerco para a questão do desmatamento, que foi acelerado no Brasil nos últimos anos, com a “soltura da boiada” no nefasto encontro de abril de 2020, despertou o Primeiro Mundo. A esperança dos brasileiros é a de que, além de “desmatamento zero”, tenham início as operações de reflorestamento, para repor o bilhão de árvores exterminadas no país. O passo inicial da União Europeia terá sequência com legislação análoga a ser produzida pelos Estados Unidos e pela China. Aqueles que compram nossas comodities mandaram recado muito claro: ou se leva o aquecimento global a sério, ou a balança comercial sofrerá grande baque. E como o dinheiro é a única linguagem compreendida por aqueles maiores detratores do verde, talvez a mensagem ecoe no bolso dos que só querem lucro, apesar de contribuírem para o final da aventura humana sobre o planeta Terra. Publicado no jornal Diário do Litoral Em 16 01 2023 voltar |
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