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Acadêmico: José Renato Nalini As abelhas são essenciais à vida. São consideradas as maiores polinizadoras da natureza.
Não se vive sem elas Em regra, não nos incomodamos com o desaparecimento das abelhas. É isso o que está acontecendo em virtude do desmatamento e do uso de pesticidas. Mas elas são essenciais à vida. São consideradas as maiores polinizadoras da natureza. O Pará, que é o campeão da devastação amazônica, possui cento e dez das duzentas e quarenta e quatro espécies de abelha nativa do Brasil. É ali que se sente o estrago causado pelo aquecimento global, gerado pelo desflorestamento. Ainda bem que existem iniciativas isoladas que tentam reverter essa verdadeira catástrofe. O Instituto Tecnológico do Vale, ITV, criou a Biofábrica de abelhas indígenas de Carajás. O objetivo dessa empresa é multiplicar os ninhos de abelhas nativas, para que o trabalho gratuito que elas prestam não se interrompa. A ciência possibilita que, a partir de uma colônia, sejam criadas outras. Isso permitirá que o cultivo e colheita do açaí, do guaraná e da castanha do Pará, não desapareçam e, com isso, meio de subsistência de muitas famílias da região. Essas famílias obtêm sustento mediante a captura do mel e do própolis. Muita gente desconhece que as abelhas são os mais eficientes polinizadores da natureza e que espalham boa parte das sementes. Tão pequeninas e tão importantes para a manutenção do equilíbrio da floresta. Como se alimentam de néctar e de pólen, espalham a vida por muitas espécies vegetais. Um notável ambientalista brasileiro, que participou da Comissão Bruntdland, na criação do conceito de sustentabilidade, Paulo Nogueira Neto, era um criador de abelhas indígenas. Elas não têm ferrão e respondem por mais de sessenta por cento da dispersão das flores da palmeira. Pequeninas, as desprovidas de ferrão têm dimensão mínima, quase insignificante, mas gigantescas em importância ecológica. É preciso que os adultos eduquem as crianças a protegerem as abelhas, cuja atuação, praticamente despercebida, é fundamental para a subsistência da natureza e, dentro dela, da nossa própria vida. E também devem ser ensinadas a se indignar quando o Brasil aceita herbicidas venenosos, proibidos em seus países de origem, mas despejados aqui, terra em que tudo é possível, desde que o lucro imediato se obtenha às custas da destruição do ambiente. Publicado no jornal Diário do Litoral Em 07 12 2022 voltar |
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