|
||||
| ||||
Acadêmico: José Renato Nalini Por que isso? Porque no dia 22 de agosto de 22, a Amazônia registrava mais queimadas do que o fatídico “dia do fogo”.
Agosto aziago Para o Brasil, o mês de agosto de 2022 foi um período aziago. De mau agouro, agourento, que traz infortúnio e desgraça. Azar nosso. Por que isso? Porque no dia 22 de agosto de 22, a Amazônia registrava mais queimadas do que o fatídico “dia do fogo”. Foram 3.358 focos de incêndio detectado pelo programa Queimadas do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Especiais. Superou o “dia do fogo”, orquestrada e desafinada programação de incendiários que combinaram, para o mesmo período, atear fogo em pastos e áreas em processo de desmatamento. A proliferação de focos impediria qualquer possibilidade de apagá-los. Este amado Brasil entregue às feras – grileiros, dendroclastas, exploradores de minérios em áreas demarcadas – deixou de ser o Paraíso tropical, a promissora esperança de ser o exemplo ecológico para a humanidade. Converteu-se num inferno ecológico, onde quem descobre a armação para o “incendiou geral”, é ameaçado de morte e tem de fugir. Caso do jornalista Adécio Piran, do site paraense “Folha do Progresso”. Orgulhosos de serem os exterminadores do futuro, aqueles que se vangloriam de transformar a hileia amazônica uma região devastada no país que se converteu em “Pária Ambiental”, fingem ignorar que a floresta em pé seria a salvação desta Pátria mal amada. O mundo civilizado acordou para o aquecimento global, que provoca mudanças climáticas devastadoras. Ele é causado pela excessiva emissão dos gases causadores do efeito-estufa. E as florestas absorvem gás-carbônico, auxiliando a preservação da vida no planeta. Por isso o interesse mundial pelos movimentos de descarbonização, a busca de matrizes energéticas “verdes”, a restauração das áreas desmatadas. O Brasil poderia ganhar boa parte dos trilhões de dólares disponíveis para a compra e venda de créditos de carbono. Fosse uma pátria inteligente e séria, a recuperação das áreas calcinadas seria um projeto nacional, levado a cabo pela população inteira, com apoio do governo, que é servo da cidadania. Infelizmente, não. O equipamento estatal, sustentado pelo povo pobre e faminto, anistia os destruidores do amanhã, estimula a cultura de terra arrasada e tudo sob incrível passividade das pessoas de bem. Agosto aziago. Azar do Brasil e das futuras gerações. Publicado no jornal Região Hoje Em 07 de setembro de 2022 voltar |
||||
Largo do Arouche, 312 / 324 • CEP: 01219-000 • São Paulo • SP • Brasil • Telefone: 11 3331-7222 / 3331-7401 / 3331-1562. |