Compartilhe
Tamanho da fonte


EM NOME DO VERDE
Acadêmico: José Renato Nalini
A falta de participação da cidadania gera prejuízos coletivos. Todos sabem que o maior problema da humanidade é a mudança climática gerada pelo aquecimento global.

Em nome do verde

A falta de participação da cidadania gera prejuízos coletivos. Todos sabem que o maior problema da humanidade é a mudança climática gerada pelo aquecimento global. Este é causado pela emissão de gases venenosos, os que formam o efeito estufa. Para se valer da onda verde, gananciosos aproveitam a volúpia parlamentar por inflacionar o Brasil de novas leis e trazem ainda mais lucro para suas atividades.

Marcos Mendes, pesquisador do Insper, no artigo “enganação ambiental”, relata que o Programa de Aumento da Produtividade da Frota Rodoviária do País – Renovar, que pretende trocar caminhões antigos por novos, é um cavalo de troia. Com o argumento de que se reduzirá o nível de emissão dos combustíveis fósseis, abriu caminho para a renovação de toda a frota de veículos.

O pretexto é sedutor: “Carro velho polui 23 vezes mais que um novo”. Foi o que bastou para justificar o emprego de dinheiro do povo para que todos troquem seus carros usados por um zero quilômetro.

Um outro exemplo de se lastimar é a PEC-15/2022, que altera o artigo 225 da Constituição – quando editado, foi considerado a mais bela norma fundante produzida no século 20 – para estabelecer benefício tributário aos biocombustíveis. Quem vai ganhar com isso: os usineiros.

Invoca-se o “Acordo de Paris”, as metas de emissão e se aumenta a carga tributária já escorchante que recai sobre os contribuintes. O Renovabio é mais uma prova de como trabalham os setores interessados em afligir ainda mais o aflito brasileiro que trabalha sete meses para pagar imposto para um Estado perdulário, que só cuida de orçamento secreto, de Fundões e de alimentar a matriz da pestilência chamada reeleição.

Tudo forma um círculo benéfico para os produtores de biocombustível, que vai vender créditos às distribuidoras. Estas repassarão os custos para a população. Enquanto isso, trinta e três milhões de brasileiros passam fome, 45 não têm saneamento básico e a Amazônia está entregue à sanha criminosa de dendroclastas, grileiros, exploradores de minérios e outros que tais, testemunhos vivos da terra de ninguém em que aquilo se transformou. Tudo em nome do verde!

Publicado no jornal Jundiaí Agora
Em 26 07 2022



voltar




 
Largo do Arouche, 312 / 324 • CEP: 01219-000 • São Paulo • SP • Brasil • Telefone: 11 3331-7222 / 3331-7401 / 3331-1562.
Imagem de um cadeado  Política de privacidade.