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CRIANÇAS DA CHINA E DO BRASIL: O MESMO SONHO
Acadêmico: José Renato Nalini
As crianças chinesas e brasileiras são iguais em seus sonhos e em seus temores infantis, suas angústias e apreensões. A literatura contribui para deixá-las mais esperançosas neste mundo tão turbulento.

Crianças da China e do Brasil: o mesmo sonho

A Cônsul-Geral da República Popular da China em São Paulo, Dra. Chen Peijie, propiciou um profícuo diálogo entre escritores de Xangai e de São Paulo, no evento denominado “Infância sem fronteiras: diálogo virtual sobre Literatura Infantil e os Intercâmbios entre o Brasil e a China”.

Graças à tecnologia, o Vice-Presidente da Associação dos Escritores de Xangai, Dr. Wang Wei e as escritoras Qin Wenjun e Yin Jianling conversaram com os seus colegas brasileiros Maurício de Sousa, Gabriel Chalita e Ilan Brenman. Também participou o Dr. Luis Antonio Paulino, Diretor do Instituto Confúcio da UNESP, que tem disseminado o ensino/aprendizado de mandarim em nosso Estado.

O encontro contou com a adesão da Academia Paulista de Letras, interessada no estreitamento das relações entre China e Brasil e o primeiro passo foi contemplar a literatura infantil. As crianças têm sensibilidade para reconhecer o encanto daquilo que é escrito pensando nelas e para elas.

A abertura pela Dra. Chen Peijie, amiga de São Paulo e parceira em iniciativas que focam a educação, mostrou que há um universo de interesses convergentes e que o Brasil tem muito a aprender com a China e que esta sempre se interessou pelo Brasil. Tantas semelhanças, que nossa terra já foi cognominada “a China dos trópicos”.

Idêntica a tonalidade da proposta do Dr. Wang Wei, que preside entidade assemelhada à nossa Academia de Letras e que está empenhado em efetiva intensificação de relacionamento entre literatos chineses e brasileiros.

As duas escritoras escolhidas para representar a China são figuras exponenciais. Qin Wenjun é adorada por seus jovens leitores. Sua novela “Jia Li in Junior High” é muito aclamada, seu estilo remete a Mark Twain e seu talento faz realçar a sua filosofia: escrever sobre jovens e para jovens. Esse bestseller fez carreira definitiva entre várias gerações e habita o inconsciente chinês desde que lançado.

Ela começou a escrever em 1982 e publicou mais de setenta livros. Sua contribuição para o desenvolvimento psicológico da juventude chinesa é reconhecida por todos. Recebeu inúmeros prêmios e seu trabalho foi adotado em séries televisivas muitas vezes. É presença constante em conferências e palestras em Universidades e institutos e sua participação em feiras de livros já ultrapassou trinta países. Quando faz referência à sua carreira literária, ela a considera “uma jornada aos sonhos”.

A segunda autora de literatura infanto juvenil é Yin Jianling, famosa e jovem escritora chinesa que nasceu em Xangai, em outubro de 1971 e passou infância e adolescência nos subúrbios de Nanjing. Começou a publicar suas obras com apenas dezoito anos e dentre elas se destacam “Paper Woman”, “Yemangpo and the Sweetheart Siaomi”, além de séries como “Love: Grandma and Me” e “For Those Who ar Growing Up”, “15 Letters about Youth”, “Visiting Childhood” e tantos outros.

Além de se dedicar a elaborar livros para crianças e jovens, Yin Jianling doutorou-se em Direito e Política na East China Normal University e é Mestre em Literatura Chinesa na Universidade Normal de Xangai. Ela ainda ganhou o décimo Prêmio de Excelência Nacional Chinesa em Literatura infantil, o primeiro prêmio Chen Bochui Internacional para essa categoria, além de muitas outras láureas e distinções. Sua obra foi traduzida para diversos idiomas.

Os nossos escritores também cumpriram com sua parte na aproximação da infância chinesa à brasileira. Maurício de Sousa, o criador da “Turma da Mônica”, já teve suas revistas e livros publicados na China. Há meio século contribui para a alfabetização das crianças brasileiras e tem se destacado por sua relevância na formação de uma consciência ecológica, por reconhecer que o aquecimento global é o maior perigo que espreita a humanidade.

O filósofo e educador Gabriel Chalita enalteceu a aproximação entre os dois países com a divulgação de literatura infanto-juvenil e narrou sua experiência quando esteve em várias cidades da China, como escritor e educador. Ilan Bremann, psicólogo e escritor brasileiro, o segundo brasileiro mais lido na China, também se mostrou entusiasmado com esse intercâmbio ora ratificado.

O que ficou evidente, pelo pronunciamento de todos os partícipes, é que as crianças chinesas e brasileiras são iguais em seus sonhos e em seus temores infantis, suas angústias e apreensões. A literatura contribui para deixá-las mais esperançosas neste mundo tão turbulento. Mais um tento alcançado pela dinâmica, operosa e entusiasta Cônsul Geral da China, Dra. Chen Peijie. São Paulo agradece ao governo chinês por disponibilizar uma diplomata com essa dimensão compreensiva de mundo e de relações internacionais. A amizade China-Brasil ficou mais robusta, mais cordial e mais fraterna desde que ela assumiu o Consulado Geral na maior cidade brasileira.

Publicado no Blog do Fausto Macedo/Opinião/Estadão
Em 07 07 2022



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