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A SEDUÇÃO DA CELEBRIDADE
Acadêmico: José Renato Nalini
Como explicar a sedução que a celebridade exerce; a um ímã irresistível

A sedução da celebridade

Como explicar a sedução que a celebridade exerce em relação a quem não é famoso e gostaria de sê-lo? É algo bastante comum, atinge quase todas as pessoas. Há um ímã irresistível que obriga a uma aproximação, se possível um aperto de mão ou obtenção de um autógrafo.

Hoje, com os trezentos milhões de mobiles disponíveis, as fotos e os "selfs" são fatais e indispensáveis. Mas houve tempo em que isso não existia. Os caçadores de famosos lamentam oportunidades perdidas.

Confesso que tive também essa febre, quando era adolescente. Antes disso, quando criança, meu pai me levou a um churrasco numa das fazendas de Luis Latorre, talvez a Santo Antonio, ao qual compareceram artistas da iniciante TV. Conversar com Dorinha Duval e Ana Rosa, das quais me lembro, era episódio para contar na segunda-feira, durante o intervalo das aulas no Divino Salvador.

Mais tarde, Mariazinha Congilio me propiciava participar de encontros no Terraza Martini, no Conjunto Nacional. Ali conheci - e já havia fotos de Paulo Furuta - Fernanda Montenegro, Gal Costa, Caetano Veloso, Ellis Regina, Simonal, Francisco Cuoco, Clayde Yáconis, Maria Bethania e outros. Tenho retratos com Maurice Duvalier e com Sarita Montiel, que também ali estiveram quando fazendo shows no Brasil.

Durante o período em que Dulce e Victor Simonsen mantiveram aqui em Jundiaí a paradisíaca "Fazenda Campo Verde", conheci inúmeras celebridades. Guiomar Novaes, Anna Stela Schic, Yara Bernet, Menotti Del Picchia, Guilherme de Almeida, Maria de Lourdes Teixeira, além de Mauren O'Hara e Susan Hayward.

Estive com Joan Crawford, quando ela visitou São Paulo. Era prima-irmã de Yvonne Le Sueur de Moraes, mãe de meu amigo José Carlos Le Sueur de Moraes. Ela era dona da Pepsi-Cola e veio também conhecer a fábrica brasileira. Recebeu-nos no hotel. Era incrível a semelhança dela com D.Yvonne.

Tive a oportunidade de conversar com o Presidente Emilio Garrastazu Medici quando esteve em Jundiaí para ser paraninfo da imensa turma de formandos do Mobral, na gestão Walmor Barbosa Martins, quando a Secretária da Educação era Maria de Lourdes Torres Potenza, a incansável Lourdinha.

Por privar da amizade de Lygia Fagundes Telles, foi-me concedido conhecer e conversar com José Saramago, uma simpatia bem-humorada. Várias vezes, em noites de autógrafo de Lygia, dialoguei com FHC, que inclusive lançou livro com ela, partilhando a mesma noite.

Tive o privilégio de trocar algumas palavras com o Papa Bento XV, a quem já conhecia de leitura, pois o filósofo Joseph Ratzinger é leitura obrigatória de quem gosta de pensamento claro e edificante. Por intermédio de Crodowaldo Pavan, que pertencia à Academia de Ciências do Vaticano, pudemos entregar ao Papa um título de Acadêmico Honorário da Academia Paulista de Letras. Pavan, Ives Gandra e eu estivemos com ele no Mosteiro de São Bento.

Com o Papa Francisco estive em Aparecida, quando visitou o Brasil. Algo que me causou excelente impressão foi ver de perto, podendo tocar nela, a linda Lady Di. Quando em Londres, Maria Luiza e eu vimos uma avant-première e, de repente, chega o casal real. Ela nos cumprimentou, sorridente e luminosa. Ainda não dispunha de celular para fixar o momento. Mas o retive na memória. Com o tempo, não há mais necessidade de foto.

Assim o fato de me sentar ao lado de Bono Vox quando com Bia e Chico Dal Santo jantava em Lisboa. São coisas só para lembrar.

Publicado no Jornal de Jundiaí/Opinião
Em 22 05 2022



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