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Acadêmico: José Renato Nalini Só que a juventude enxerga as coisas com outros olhos. Ela é mais sensível e menos preconceituosa.
Feio não é bonito Os padrões estéticos são cambiáveis. Depende da época e do espaço. Houve tempo em que “gordura era formosura”. Hoje, a obesidade é considerada alto risco para a higidez física. E mental. A beleza é um valor autêntico. Não seria politicamente correto falar hoje como o poetinha: “as feias que me desculpem, mas beleza é fundamental”. E a busca pela perfeição persegue não só as pessoas, como as coisas. E, inclusive, os alimentos. Quantas vezes a busca por uma fruta deixa de lado aquela que tem forma que escapa à idealização já concebida na imaginação da compradora. Com isso, produtos excelentes são descartados. Deixados de lado por um pormenor que em nada desqualifica o teor nutricional do alimento. Só que a juventude enxerga as coisas com outros olhos. Ela é mais sensível e menos preconceituosa. Pelo menos é o que parece, quando se vê que um jovem, Eduardo Petrelli, observou que mais de 20 da produção de frutas e hortaliças ia diretamente para o lixo, dado confirmado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Isso por um descarte que só leva em conta o padrão estético do mercado. Ele já tinha experiência, porque fundara a app James Delivery, de entregas, adquirido pelo Pão de Açúcar em 2018. Junto com outros empreendedores de startups “unicórnios”, aquelas que já superaram um bilhão de dólares, fundou a Diferente. O que essa startup faz? Funciona com um site de assinatura de uma cesta com hortaliças e frutas orgânicas, das quais ao menos metade composta por produtos que seriam descartados apenas por falta de beleza. O aproveitamento deles garante aquisição de alimentos mais saudáveis e quase pela metade do preço. A caixa em que os produtos são acondicionados já é uma propaganda: “não julgue pela casca”. É uma boa novidade. Pode ser replicada em pequena escala, por produtores locais. Para incentivar a agricultura familiar e o consumo saudável de alimentos que dispensem o veneno químico. Os jovens sabem que precisam cuidar melhor da saúde. É deles que parte a quase totalidade das inovações tendentes a tornar o mundo mais saudável, mais feliz e, por consequência, muito melhor. Publicado no jornal Região Hoje, em 04 05 2022 voltar |
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