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Acadêmico: José Renato Nalini Por isso, atenção. Todos temos de estar de sobreaviso. Não costumamos pedir dinheiro pelo WhatsApp, nem pedir que parentes e íntimos nos liguem, para saber o que surgiu de imprevisto em nossa vida.
Criminosos cibernéticos desenvoltos Também fui vítima de um criminoso cibernético. Fez um perfil fake no WhatsApp e mandou mensagem para as pessoas com as quais me relaciono digitalmente. Com erro de português, forneceu um número de Campinas - 19-99710-0431 - dizendo que eu tentara conversar e não conseguira. Pedia para que ligassem para esse número. Esses golpes proliferam. O mundo web facilita aos delinquentes uma atuação praticamente impune. Não se consegue chegar ao autor que se utiliza desse número, tenta extorquir dinheiro contando com a solidariedade dos que recebem o pedido e desaparece. Soube que no Estado de São Paulo, em 2021, houve nada menos do que seiscentos milhões de tentativas de ataque ao sistema digital do governo. Todas elas frustradas, pois a segurança cibernética passou a ser um ponto de honra para qualquer repartição estatal. Os analistas que tentam desvendar o que será o futuro, acreditam que haverá uma redução da criminalidade tosca, aquela que ainda se utiliza de revólver, de faca, de ameaças contra pessoas. Como a delinquência se organiza e se sofistica, verá que é mais rentável perpetrar ataques cibernéticos, muito eficientes quando podem paralisar empresas ou conglomerados, auferindo vantagem econômica macro, sem os riscos próprios a uma empreitada amadora. Quero crer que esse espírito malévolo tenha se frustrado. Acredito até que, com o avanço da tecnologia, dia chegará em que a localização desses agentes pestíferos será imediata. Ele poderá ser preso assim que as mensagens começarem a chegar. Continuarão a aprender informática no presídio. Talvez saiam de lá alfabetizados. E consigam aprimorar suas práticas nefastas. Tudo progride, inclusive o mal. O bom é que essas táticas se vulgarizam, como a tosca incursão ao rol dos meus familiares e amigos, que logo detectaram a boçalidade do erro do vernáculo. Sem ser filólogo ou gramático, tive boas alfabetizadoras. Não cometeria erros crassos como o delinquente que pensou em fazer vítimas condoídas de minha má sorte ou surpreendente necessidade financeira. Por isso, atenção. Todos temos de estar de sobreaviso. Não costumamos pedir dinheiro pelo WhatsApp, nem pedir que parentes e íntimos nos liguem, para saber o que surgiu de imprevisto em nossa vida. Os nocivos se especializarão e praticarão outros golpes. Assim é que caminha a humanidade que se perdeu e não consegue sobreviver dignamente, mas chafurda na lama das infrações penais. Publicado no jornal Folha do ABC Em 14 04 2022 voltar |
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