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A CHINA E A ECOLOGIA
Acadêmico: José Renato Nalini
O plano da China para a ecologia parte do pressuposto de que, sob a civilização industrial, o ser humano muda completamente o mundo através das máquinas.

A China e a ecologia

O plano da China para a ecologia parte do pressuposto de que, sob a civilização industrial, o ser humano muda completamente o mundo através das máquinas. Cria uma imensa fortuna material. Mas com a intensificação da produtividade industrial, a fragilidade do equilíbrio da natureza e da ecologia se torna a cada momento mais evidente.

“A água límpida e a montanha verdejante constituem uma grande riqueza”. A China assumiu ativamente a iniciativa de construir a civilização ecológica, de reforçar a administração ecológica e de promover o ciclo saudável do ecossistema, a fim de garantir ao mundo um porvir de higidez e beleza.

No campo das relações internacionais, a China acredita em respeito mútuo, equidade e justiça e numa cooperação ganha-ganha (win-win) entre todas as nações. O seu núcleo duro é a salvaguarda do sistema internacional com as diretrizes da ONU, à qual a China sempre se submeteu e pagou a sua contribuição financeira para o efetivo funcionamento dessa tentativa de coordenação pacífica da convivência entre todos os países.

Para isso, mantém parcerias de diferentes níveis com cento e doze países e organizações internacionais. Durante a pandemia da Covid19, o governo chinês exportou insumos e materiais sanitários para mais de duzentos países. Um exemplo dessa parceria foi o exercício realizado com os Estados Unidos e a Tailândia, além de outros países, de resgate humanitário chamado “Cobra Dourada”, o que aprofundou a cooperação na segurança não convencional entre os países. Já os projetos de cooperação sino-africana para a agricultura contribuem ao objetivo de garantir segurança alimentar básica no continente africano.

A China participa ativamente das operações de manutenção da paz promovidas pela ONU e fez importante contribuição para a solução pacífica de controvérsias e para a segurança e estabilidade em muitas regiões. A Marinha chinesa também leva a cabo a missão de escolta no golfo de Adén, salvaguardando a paz e a segurança internacional naquela região.

O Fórum Internacional sobre a luta contra o terrorismo denominado “Grande Muralha” foi realizado em Beijing, oportunidade em que foram compartilhadas táticas e intensificou-se a promoção de cooperação entre diversos países. A China também recuperou a vitalidade do porto grego de Pireu, um dos mais importantes do Mediterrâneo. Com a intenção de atrair mais nações para o estabelecimento de parcerias e convênios de toda a ordem, a Cina organizou a Exposição Internacional de Importação – CIIE, que foi exitoso passo para promover a comunicação e a cooperação entre os povos.


Não é discurso, mas concreta atuação em todos os Estados que aceitam a supremacia chinesa em tecnologia, domínio da ciência, disciplina e organização. Assim a ferrovia Monbasa-Nairobi já favorece a interconexão na África Ocidental, impulsionando o desenvolvimento integral na região. A central hidrelétrica de Isimba, em Uganda e o projeto complementar de transmissão e transformação de eletricidade constitui outro fruto da iniciativa da chamada “Cintura e Rota”. Por sua vez, a China recebeu o centésimo avião 787 entregue pela Boeing, o que evidencia sua concreta participação ativa na globalização econômica.

A ferrovia China-Laos é uma nova página escrita na cooperação de benefício mútuo. Aliás, essa a linha adotada pela China: estabelecer uma plataforma fundada em auxílio mútuo e cooperação, edificar uma via pacífica, de prosperidade, de abertura à ecologia, de inovação e de aperfeiçoamento da civilização. Seu princípio é obter concertação, sinergia e partilha. Servir-se de consulta extensa para a construção conjunta dos benefícios compartilhados. Coordenação de políticas, conexão de infraestruturas, facilitação de comércio, integração financeira e amplo e intenso intercâmbio entre os povos.

Os países que se aperceberam disso já usufruem dos inegáveis benefícios advindos de uma civilização milenar, que se reinventa e trabalha. Como o governo federal brasileiro mostrou-se hostil à China, impõe-se aos governos subnacionais atuarem para que o Brasil não fique isolado e deixe de participar de projetos tão exitosos e que estão mudando a África, continente muito semelhante ao nosso.

Atenção especial deve ter o agronegócio: a China imporá barreiras a produtos derivados do desmatamento. Aqueles que não se importaram com o extermínio da floresta amazônica e de outros biomas que se cuidem. Nossas comodities poderão deixar de ser a cereja da balança comercial e o investimento chinês na África vai garantir desastrosa desnecessidade da agricultura brasileira.

Governadores e Prefeitos inteligentes devem procurar a China e estabelecer contatos proveitosos. Afinal, estamos ou não numa Federação? É o que a Constituição Cidadã consagra desde 5.10.1988. Com a China, com a ciência, com o desenvolvimento sustentável e consciência ecológica.

Publicado no Blog do Fausto Macedo/Opinião/Estadão
Em 26 01 2022



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