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Acadêmico: José Renato Nalini A expressão não é minha. É do escritor João Gabriel de Lima, que foi a Glasgow por ocasião da COP-26 e viu que a juventude exerceu notável protagonismo.
Converter ira em voto A expressão não é minha. É do escritor João Gabriel de Lima, que foi a Glasgow por ocasião da COP-26 e viu que a juventude exerceu notável protagonismo. Viu que “os protagonistas dos protestos que tomaram Glasgow foram os jovens, os que serão mais afetados caso um futuro de filme de terror se concretize sobre a Terra. A “geração Greta” sabe, no entanto, que não basta gritar palavras de ordem. Para mudar o mundo, é preciso cobrar os políticos e rejeitar nas urnas os que não se comprometem com a causa ambiental – como já vem ocorrendo em alguns países. Os jovens que protestam em Glasgow são da reação que converte a ira em voto”. Extremamente relevante essa postura. Os jovens têm asco da política. E com razão! Como compactuar com quem deixa morrer de fome vinte milhões de brasileiros e destina quase seis bilhões de reais para propaganda eleitoral? Ninguém se sente representado nesta falimentar Democracia Representativa que degenerou no Brasil de mais de quarenta “partidos”. Sinecuras para sustentar os mesmos, às custas do suor da população. Essa campanha do “converter ira em voto” seria bem sucedida se o Brasil contasse com uma educação de qualidade oferecida por muitas décadas, sem solução de continuidade. Não é o que ocorre. Lamentavelmente, existem os analfabetos em sentido estrito, os analfabetos funcionais, os analfabetos idiomáticos e os analfabetos digitais. Não faltam analfabetos nesta Terra de Vera Cruz. Uma cidadania esclarecida e crítica não precisaria de incentivo para levar ao banco dos réus quem é pago com dinheiro do povo para defender a natureza e, em lugar disso, a destrói ou assiste, inerte, à sua destruição. Seja como for, é bom acreditar que um ser pensante é fermento na massa. Pode motivar outros a pensarem também. E essa “conversão” poderia também atingir outras esferas: converter a apatia em voto, converter a geração “nem-nem” – nem estuda, nem trabalha (e não está “nem” aí...) em autores de uma verdadeira revolução na frágil e viciada Democracia Brasileira. Acreditemos na força de uma boa ideia. E essa ideia de João Gabriel de Lima não é apenas boa. É excelente. Publicado no jornal Diário do Litoral Em 07 01 2022 voltar |
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