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A CORAGEM DA ESPERANÇA
Acadêmico: José Renato Nalini
Esse o título do livro de Leandro Karnal, uma caprichada publicação da editora Planeta. Um livro bem editado, consistente na forma e no conteúdo.

A coragem da esperança

Esse o título do livro de Leandro Karnal, uma caprichada publicação da editora Planeta. Um livro bem editado, consistente na forma e no conteúdo. O prefácio de Ignácio de Loyola Brandão detecta o singular talento de Karnal, “esse homem tem um jeito ameno de contar sem pompa, sem dizer “sou mais eu”, sem “veja o tanto de coisas que sei e vou repartir com você”.

Na Introdução, o objetivo do livro: “cada dia difícil da nossa experiência de pandemia, crise econômica e tensão política parecia indicar a vontade de pensar, superar, acreditar de novo, erguer o dique da razão contra a maré desafiadora ao redor”. É verdade. O mundo precisa de esperança. Potencializada neste ano tão desafiador.

O quarto volume com as crônicas publicadas no “Estadão” foi pensado em seis partes: vida em migalhas, memórias, a cultura e o poder, o desafio da comunicação, ver e ouvir e a ficção do real. À exceção de uma, todas elas terminam com explicitação da esperança.

Isso não inibe a menção a aspectos melancólicos da vida de todos: “Você já se deu conta de que, quando você morrer, o nome dos seus avós terá sido esquecido, já que filhos e netos raramente são entusiasmados por árvores genealógicas?”.

Há conselhos úteis, extraíveis da própria experiência do autor, festejado mestre: “Todo professor, pai, orientador, coach, tutor que tem sob seu cuidado alguém mais jovem ou menos experiente, por natureza, deve estimular a pessoa ao esforço máximo. Nenhum orientador pode ser pessimista, azedo, fatalista ou afirmar que é melhor não tentar. Tentar e dar o máximo de si é o caminho mais claro para conseguir algo”.

No momento em que a educação é tão negligenciada, com legiões de jovens preferindo a evasão às preleções que não conseguem competir com a sedução das redes sociais, a geração “nem-nem” precisa contar com orientadores assim. Nessa linha, oportuna a desmistificação da criatividade, que “não é, de fato, um dom natural que teria sido dado a alguns. Ela implica alguns fatos como atenção, estímulo, superação do medo de errar, informações variadas, práticas e aprendizado, especialmente com equívocos passados. Ela também não dispensa o caminho técnico e o aprofundamento na área de algum saber”.

Publicado no Blog do Fausto Macedo/Opinião/Estadão
Em 24.08.2021



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