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Acadêmico: José Renato Nalini "Para os conselhos que dá nessa obra, estudou 850 mil profissionais de empresas dos mais diversos setores. O desacordo entre as equipes faz com que novas ideias apareçam. Se todos concordam, tudo continua a acontecer como sempre foi. "
A cultura organizacional é um tema instigante. A maior parte do sucesso de uma empresa depende de sua organização. Estrutura, hierarquia, foco, missão e ambiente de trabalho. Em regra, acredita-se que a harmonia entre os humanos que fazem a empresa funcionar depende de um clima de absoluta harmonia. Mas não é o que os especialistas em cultura organizacional americanos Adrian Gostick e Chester Elton afirmam. Quando não há contestação não há inovação. Pode parecer contraintuitivo, mas a maioria dos líderes acha que as pessoas com ideias radicais atrasam as coisas, pois desafiam os processos. Mas é comum que o radical leve à melhoria. Gostick sabe o que diz, pois publicou este ano o livro “The Best Team Wins” (O melhor time ganha). Para os conselhos que dá nessa obra, estudou 850 mil profissionais de empresas dos mais diversos setores. O desacordo entre as equipes faz com que novas ideias apareçam. Se todos concordam, tudo continua a acontecer como sempre foi. Abrir espaço para o diálogo, deixar que todos se exprimam com liberdade, faz com que, ao se chegar ao consenso, todos se sintam responsáveis. Há CEOs que se utilizam dessa estratégia e são exitosos. Levam para a sua equipe o elemento “do contra” que, de início, gera desconforto. O restante da equipe resiste, mas o “brainstorm” que se instaura é salutar. O grupo fica mais coeso. Sente-se, de verdade, uma equipe. Quem pensa diferente causa ruído. Mas faz os outros pensarem. Pois a harmonia total é uma utopia. A discussão é própria do ser humano. Quem não discute não pensa. É só verificar as conversas sobre futebol, sobre política, sobre a roubalheira que ocorre no Brasil e aferir as receitas que as várias pessoas fornecem para debelar a corrupção. Existe o consenso absoluto? Muito raro. Por isso é que no trabalho também é fundamental que você esteja inteiro, ponha a sua cabeça a pensar. Não é entrar na repartição, no escritório, no departamento, no setor, na oficina e deixar de fora o seu cérebro, para só obedecer ao chefe. Isso os robôs fazem melhor do que você. Por isso, se não quiser vir a ser substituído por uma máquina, trate de pensar, de emitir opinião e de se fazer ouvir. Ainda que você seja “do contra”. *José Renato Nalini é Reitor da Uniregistral, docente universitário, palestrante e conferencista. voltar |
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