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DIA DAS MÃES
Acadêmico: Gabriel Chalita
"Somos sempre meninos, nós, os filhos. Sempre detentores do direito legítimo de sermos tratados como carentes. Carecemos dela. Da mãe. "



Há um tecido de sentimentos reservado para o dia de hoje. Nele, encontram-se frases que lembram fases que marcam vidas. Mãe.
Simplesmente assim, mãe.

Há filhos que, no dia de hoje, não podem abraçar a sua mãe. Já se foram. Já voltaram para o jardim sagrado de onde vieram. Deixaram o que tinham de deixar por aqui e partiram. Não há o colo embalante, não há um semblante sequer para aquecer os dias duros. Dureza de vida é essa a de viver sem mãe. Mas é assim que é. Dor e esperança. O amor não termina aqui. Encontros ainda surpreenderão os que, hoje, acham falta. Os que hoje fecham os barulhos e viajam pelo tempo bom.

Há filhos que, hoje, encontrarão suas mães. Alguns presentes serão entregues. Algumas palavras serão ditas. A refeição recheada de afetos.

Há mães que terão lágrimas por companheiras, lembrando dos filhos que partiram antes. Vida difícil. O justo era que estivessem todos juntos. Já não estão.

Há outras mães que visitam um lugar do passado para encontrar a razão que fez com que filhos seus vivessem vidas erráticas. Nas portas das penitenciárias, há mães e há lágrimas sentidas. Um filho seu passa parte da vida sem o sabor de ir para onde quer. Talvez, nas idas, tenham errado; talvez, não. Nem sempre a justiça é justa.

Há mães que acariciam o ventre que cresce dizendo que, em algum tempo, o tempo da vida será diferente. Os filhos serão os senhores do tempo. Nunca mais serão as mesmas. Dias entremeados de alegria infinda e de preocupantes ausências. Na infância, os cuidados são uns; no crescer da adolescência, são outros. Na maturidade, a mãe continua sendo mãe e continua lavando o rosto, matinalmente, com desejos de amor por seus filhos. Com esperança de que sejam sempre bons. Com fé de que o plantio não se perca em meio a tantas confusões.
Somos sempre meninos, nós, os filhos. Sempre detentores do direito legítimo de sermos tratados como carentes. Carecemos dela. Da mãe. Carecemos do tempero que nos possibilitou proporcionar algum sabor à vida.

Nas histórias contadas por nossas mães, nos embalos, nos cuidados, fomos moldando boa parte do que somos. E aqui estamos em mais um dia das mães.

Para celebrar. Para agradecer. Para tecer um poema com a tinta da nossa disposição em nunca deixar de amar.

Há alguns que acham desnecessário um dia das mães. Eu não acho. O simbólico nos ajuda a lembrar o que nunca deveríamos esquecer. Todos os dias é dia de um olhar para ela, onde quer que ela esteja, e de dizer, para dentro ou para fora, "Eu te amo, mãe".
*Gabriel Chalita




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