|
||||
| ||||
Acadêmico: José Renato Nalini "Por que não reduzir o número de partidos, que interessa apenas a seus próprios integrantes, acabar com o Fundo Partidário e fazer com que os filiados sustentem as campanhas?"
O “milagre brasileiro” converteu-se no “desastre tupiniquim”. Ou no fracasso da política. A Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD) apurou que, em 2017, ainda são 10.355 milhões de brasileiros que sobrevivem com 40 reais por mês! A situação piorou desde o ano passado, quando a “renda” mensal desses seres humanos chegava a 49 reais. Dá para falar em tempos promissores? Será que a situação nacional não ensejaria medidas urgentes de recomposição dessa imensa fratura? Pode-se falar em “bem estar” quando essas famílias não sobrevivem com dignidade, mas vivenciam a “rua da amargura”? A desigualdade aumentou no Brasil e nada indica que possa vir a ser mitigada se as coisas continuarem como estão. A política só se interessa pela sobrevivência partidária. Por que não reduzir o número de partidos, que interessa apenas a seus próprios integrantes, acabar com o Fundo Partidário e fazer com que os filiados sustentem as campanhas? Por que é o povo que deve pagar pelos “programas gratuitos” no rádio e na TV? Tais programas são gratuitos para quem? Houve piora em todas as regiões, na escala GINI indicador que mede a desigualdade de renda. No ano passado, os 10% com maior renda concentraram 43,3% de toda a riqueza do Brasil, montante superior àquele representado por 80% da população com renda inferior. Caiu também a renda média mensal. Dentre os trabalhadores que conseguiram permanecer empregados, os de menor remuneração tiveram queda salarial. Metade dos trabalhadores com menor renda recebia em média R$ 754 por mês em 2017, menos do que os R$ 773 do ano de 2106. Isso significa que quase 45 milhões de pessoas ficaram ainda mais pobres, distanciados de receber o salário mínimo legal. O que era ruim ficou ainda pior. Enquanto isso, o País continua a gastar com propaganda, com o estardalhaço de medidas aparentemente saudáveis, como os deslocamentos de equipes acompanhando encarcerados de nível, trocas de presídios e aviões da FAB levando de cá para lá e de lá para cá os réus diferenciados. Estas reflexões não entram na cogitação do palanque eleitoeiro já montado, para que tudo continue igual. Sem um choque fulminante, não há perspectivas para o otimismo ufanista que alguns teimam em proclamar. *JOSÉ RENATO NALINI é desembargador, reitor da Uniregistral, escritor, palestrante e conferencista Fonte: Jornal de Jundiaí | Data: 06/05/2018 voltar |
||||
Largo do Arouche, 312 / 324 • CEP: 01219-000 • São Paulo • SP • Brasil • Telefone: 11 3331-7222 / 3331-7401 / 3331-1562. |