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ONDE TUDO COMEÇA
Acadêmico: José Renato Nalini
"A humanidade escolheu o suicídio como forma de acabar com a natureza e, dentro dela, toda espécie de vida. Por isso é mais adequado falar em “terra morta, água morta”."

A cidade é o local mais importante para a vida de qualquer pessoa no ano do Centenário de André Franco Montoro, quantas vezes temos ouvido sua frase mais célebre: “Ninguém nasce na União, nem no Estado. Todos nascem na cidade”.
A socióloga holandesa Saskla Sassen, que escreveu o livro “ A cidade Global”, afirma que os prefeitos são as autoridades mais qualificadas a enfrentar os fenômenos da globalização. Pense-se no número de migrantes que chega diariamente à metrópole. A causa é global, mas quem tem de resolver o problema é o município.
Antes que o Estado e União possam enfrentar questões emergenciais, é o município que se vê chamado a oferecer uma resposta rápida. Há um grande desafio a ser enfrentado nas próximas gestões. Fazer com que a população coparticipe das decisões que a afetam, seja a verdadeira “dona” da cidade. Se isso acontecesse, as praças não seriam pichadas, maltratadas e sujas. Os jardins seriam conservados, como nos países civilizados.
Todos os cidadãos precisam ser alertados sobre sua responsabilidade quanto ao futuro do planeta. Para Saskla Sassen, não é conveniente falar em “mudança climática”, pois parece que o fenômeno é natural. Não é. É provocado pela inclemência humana. A humanidade escolheu o suicídio como forma de acabar com a natureza e, dentro dela, toda espécie de vida. Por isso é mais adequado falar em “terra morta, água morta”.
O que nos remete às “Cidades Mortas” de Monteiro Lobato. Estamos fazendo desaparecer os espaços aptos para a humanidade. A falta de água já expulsa muitas pessoas de seu habitat. E isso ainda vai piorar muito, quando se ouve que o desmatamento na Amazônia prossegue de forma acelerada.
A cidade é o espaço natural em que todos vivemos e nela desenvolvemos nossa habilidades e aptidões. Nela sofremos, nos alegramos, contemplamos o mundo e encontramos nosso lugar nele. Por isso, a cidade merece o nosso respeito. A começar pela sensata escolha de quem estará a comandar a administração pública, ainda a peça mais importante para coordenar o destino de todos e de cada um.
Fonte: Diário de São Paulo | Data: 11/05/2017



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