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Acadêmico: José Renato Nalini "Quem hoje se disporia a repetir a lição de humildade e compreensão do ponto de vista alheio, propondo-se a garantir, até à morte, o direito à contrariedade?"
Há momentos em que se tem dúvida fundada a respeito da racionalidade humana. Quando se assiste à inacreditável utilização de gás mortífero para ceifar vidas inocentes, ou a crueldade gratuita exercida contra um ser desarmado, por um bando histérico tomado de ira. A humanidade está a naufragar? Triste é verificar que a inércia anestesia boa parte da lucidez. “Isto não é comigo!”. Perde-se a capacidade de se apiedar do semelhante, elimina-se a compaixão, prevalece o isolamento egoísta no medíocre quintal dos mesquinhos interesses. Tem-se a impressão de acelerado retrocesso. A sanha irada sufoca as reações que poderiam partir da ponderação. Não existe espaço para o diálogo, para o respeito em relação ao outro. Pobre Voltaire! Em lugar da cidadania proativa, protagonista, regente de sua própria existência e fiscal atenta do Estado, artifício criado para facilitar o convívio, mantém-se a orientação de produzir uma legião de súditos. Sequiosos dos favores e benesses do Governo, sempre justificados mediante invocação da infinita cornucópia dos direitos. Todos direitos fundamentais. “É meu direito!”. O brasileiro faltou à aula dos deveres. Negligência as responsabilidades e as obrigações. Prefere esperar que tudo “caia do céu” e supra necessidades, carências, deficiências, desejos, aspirações, pretensões, idiossincrasias e utopias. Só que ninguém esperava uma crise tão drástica. Os rombos continuam cada vez mais profundos. Dentre as empresas estatais, conta-se nos dedos de uma só mão as que mereceriam subsistir. O mais é excesso pretensioso de quem acredita que sem sacrifício, es-forço, trabalho e dedicação, sobrevenha qual milagre a produtividade, a eficiência e o progresso. Nada como um período de trevas para a busca urgente de uma luz. Por mínima que seja. O que eu posso fazer pelo Brasil? Ele pouco poderá fazer por mim neste momento nefasto. Que a sensatez ressurja e se ponha freio na apoteose de absurdos que assombra o País. voltar |
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