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PROGRAMAR PARA VENCER
Acadêmico: José Renato Nalini
"A escola precisa criar soluções para problemas reais. O que mais se aproxima disso hoje em dia é o ensino técnico, que já existe há muito tempo, desde as Escolas Industriais da Rede Pública e se disseminam em ETECs, um “case” de evidente sucesso."


A 4ª Revolução Industrial em plena marcha, acelera-se a cada dia e reclama reação compatível de parte dos que têm responsabilidade em relação ao futuro. Os educadores são chamados a reinventar o ensino, pois as atuais gerações não estão assimilando o sistema. Aulas prelecionais, inúmeras disciplinas, a técnica da memorização, a avaliação que só leva em conta a capacidade mnemônica, tudo isso faz parte do passado e ajuda a explicar o insucesso da estratégia escolar.
Já não satisfazem as lousas, as carteiras enfileiradas, um professor à frente falando durante 50 minutos. As crianças e jovens pedem outro design de salas de aula. Têm interesse por robótica e querem ser programadores. Já manuseiam seus smartphones e tablets com desenvoltura. Dominam a tecnologia da comunicação e filmam o que interessa, produzindo mensagens atrativas que são multiplicadas por redes como o YouTube.
Por isso é que dão certo iniciativas como a Super-Geeks, escola de programação e robótica para crianças a partir dos 8 anos e para adolescentes. A proposta é preparar o aluno para que saiba criar seus próprios jogos. Pois a programação não é exigência do futuro: é a linguagem do presente. No mesmo sen¬tido a MadCode, um centro de ensino de tecnologia a partir dos conceitos básicos de ciência, matemática e engenharia aplicados à vida real. Depois da criação de games, robôs e programas, vem o aprendizado de empreendedorismo.
A escola precisa criar soluções para problemas reais. O que mais se aproxima disso hoje em dia é o ensino técnico, que já existe há muito tempo, desde as Escolas Industriais da Rede Pública e se disseminam em ETECs, um “case” de evidente sucesso.
O Brasil tem um déficit de centenas de milha¬res de vagas no setor da tecnologia. Fala-se em falta de 500 mil novos programadores. E há um interesse enorme por parte de crianças e jovens nessa área. Cabe lembrar que, o cada dia mais venerado Barack Obama, já conclamava as crianças norte-america¬nas: “Não se contente em comprar um videogame. Crie um!”.
São Paulo tem iniciativas que merecem atenção, como a Escola Britânica de Artes Criativas, com seus Cursos Técnicos e Livres e seu Bacharelado Britânico. O Bacharelado oferece as opções de Desenho Gráfico, Ilustração, Efeitos Visuais para Cinema e TV, Anima¬ção 2D para Mídia Digital, Computação 3D, Games 3D e tem Cursos Técnicos e Livres de Cenografia, Conceito de Arte, Design de Interiores, Design Gráfi¬co, Direção de Arte Digital, Edição de Filmes, Efeitos Especiais, Game Graphics, Generalista 3D, Ilustra¬ção, Mobile Application Design, Motion & Broadcast Design, Visualização Arquitetônica e outros cursos de curta duração.
Tudo o que o mercado está pedindo. Pois o Bra¬sil e sua urgência na produtividade não distingue entre cursos exclusivos, clubes de programação, aulas ex¬tracurriculares em escolas de metodologia tradicional, experiências corporativas, parcerias entre empresa e escola, e outras providências pioneiras ou já experi¬mentadas. O essencial é oferecer essa oportunidade para jovens que hoje ainda recebem a mensagem an¬tiga de um modelo superado, quando a maior parte das profissões com que se acena para eles não existirá dentro de algumas décadas.
Só alavancaremos a competitividade se viermos a conferir esse imprescindível salto qualitativo à edu¬cação em todos os níveis.
Fonte: Correio Popular de Campinas | Data: 10/02/2017





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