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Acadêmico: José Renato Nalini "Não é fácil refazer o caminho de volta. Impossível recompor o ambiente, fazendo-o retornar à fase anterior à devastação. Mesmo assim, é importante que se tente atenuar a situação de carência extrema de água potável."
A Humanidade tem sido cruel com a natureza. Por inúmeras causas, destacando-se a cupidez e a ignorância, dela temos nos servido como se fora um enorme shopping center gratuito. Apoderamo-nos de tudo o que pode ser convertido em cifrão e não nos preocupamos com repor o tesouro que não fomos nós que produzimos. Um dos países mais providos de água doce em todo o planeta, não soubemos preservar esse patrimônio. A ocupação desenfreada do solo, o desmatamento, a destinação das cidades para o automóvel, não para as pessoas, tudo contribuiu para redução drástica da quantidade de água disponível. A conurbação paulistana é um exemplo emblemático. Centenas de riachos e córregos afluíam aos três grandes rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí mas o ser humano os enterrou. Cobriu o espaço com asfalto. Os grandes cursos d’água foram poluídos e passaram a ser meio de transporte para dejetos, resíduos sólidos e tudo aquilo que a sociedade consumista costuma descartar. Não é fácil refazer o caminho de volta. Impossível recompor o ambiente, fazendo-o retornar à fase anterior à devastação. Mesmo assim, é importante que se tente atenuar a situação de carência extrema de água potável. Um dos projetos importantes no setor é o Programa “Nascentes”, que envolve parceiros de diversos setores, capitaneados pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Dentre as iniciativas levadas a efeito nesse programa, destacam-se a atuação da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais CBRN, encarregada de realizar pesquisa em silvicultura de espécies nativas e hidrologia florestal desenvolvidas pela Esalq, na Estação Experimental de Itatinga. O Instituto de Botânica realiza estudos de quantificação de carbono assimilado em florestas em restauração no Parque Estadual Aguapeí. A Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo procedeu a restauração ecológica em 140 hectares por meio da técnica de plantio em área total no Parque Estadual Aguapeí, para compensação das emissões de CO2 da operação dos Jogos Olímpicos em São Paulo. Por sua vez, a Sabesp cuida do repovoamento vegetal e recuperação da faixa de área de preservação permanente, na área da Represa Taiaçupeba e projeta a restauração de áreas às margens do Reservatório Cachoeira. O Itesp, Instituto de Terras de São Paulo recupera ambientalmente as áreas de preservação permanente em assentamentos estaduais, enquanto a Secretaria de Agricultura e Abastecimento recupera estradas e áreas com degradação do solo nas propriedades rurais da bacia hidrográfica do Rio Pardo. Mediante utilização do FID Fundo de Interesses Difusos, executa-se a implementação do Parque Ambiental Ecológico de Lazer das Nascentes do Panaro. Dentro do Parque Itaberaba, a Dersa restaura ecologicamente, mediante plantio adensado e manejo de espécies exóticas, o interior do Parque Itaberaba, em Santa Isabel. Procede a operação análoga no Núcleo Santa Virgínia, em São Luiz do Paraitinga. O Departamento Hidroviário projeta plantio compensatório das obras do Canal de Anhembi e o DER concretiza o Programa de Recuperação Ambiental com vistas a promover maior ganho ambiental com a formação de corredores de conectividade e interligação de fragmentos florestais. A Artesp desenvolve projetos de restauração ecológica mediante cumprimento de Termos de Compromisso de Recuperação Ambiental firmados no âmbito dos processos de licenciamento dos empreendimentos de concessões de rodovias e faz o mesmo em relação à concessão de saneamento e energia. À Secretaria da Educação incumbe explorar o eixo Comunicação e Formação Continuada, para que primeiramente a comunidade escolar e, em seguida, toda a sociedade, possa conhecer a abrangente experiência e, melhor do que isso, participar desse importantíssimo Programa. Quatro milhões de alunos da Rede Pública Escolar do Estado podem fazer a diferença ao se interessarem pelo Programa Nascentes. Não há quem não possa colher sementes, fazer mudas, plantá-las de preferência em locais que já hospedaram vegetação, sobretudo nas margens dos cursos d’água que resistiram à sanha assassina da única espécie racional que vive sobre a Terra. Uma conscientização de seus pais e demais familiares também seria importante para refazer o que destruímos e continuamos a destruir, de forma contínua e inclemente. voltar |
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