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Acadêmico: José Renato Nalini "Todo aquele que não perdeu ainda a razão precisa se compenetrar de que gestos simples podem tranquilizar aquele que estiver prestes a cometer um ato do qual, se sobreviver, muito se arrependerá."
As pessoas sensatas - ainda existem, felizmente! - são concordes em que o Brasil precisa de serenidade para enfrentar a violenta crise política, econômica e financeira. Não é possível que o País sinalize ao capital internacional que este é um solo seguro para investimento, se continuarem as manifestações, as violências, os ressentimentos e esta ira difusa que vai desaguar em vandalismo. Até espectadores externos detectam o clima desfavorável para a retomada do desenvolvimento. Não só os observadores encarregados de transmitir um diagnóstico sério e confiável da situação, mas pensadores de outras áreas, como a literatura, por exemplo. No livro “Homens Imprudentemente Poéticos”, o português Valter Hugo Mãe, que se baseou na “Floresta dos Suicidas” do Japão, procura mostrar que a lição japonesa da tolerância e do convívio entre desiguais precisa servir de mensagem para nós todos. “Queria que fôssemos capazes desse antagonismo cordial, de uma inimizade educada. Isso sempre existiu, especialmente em comunidades pequenas, no Japão ou em outras partes do mundo. O que me choca hoje é que estamos entrando num período de um súbito extremismo, em que as pessoas votam porque têm raiva de outro ou de uma ideia diferente da sua. ” Não é isso o que se nota quando sem tomar conhecimento do que se pretende, já se começa a contestar? Quando pessoas ditas escolarizadas incitam outras, facilmente manipuláveis, a atitudes insensatas e até ilícitas? O que explica o gesto aparentemente insano de um pai que mata o filho por não querer que ele participe da invasão de sua faculdade? Ou de um americano que mata três filhos brasileiros? E o que falar de cunhado que mata a irmã da mulher, ex-marido ciumento a assassinar ex-esposa que já fugira dele e tantos outros gestos que evidenciam angústia, desequilíbrio e completa perda de uma serenidade sem a qual não se consegue aturar a crueldade da vida? Todo aquele que não perdeu ainda a razão precisa se compenetrar de que gestos simples podem tranquilizar aquele que estiver prestes a cometer um ato do qual, se sobreviver, muito se arrependerá. Paz para o Brasil, a urgência mais urgente deste ano. voltar |
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