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Acadêmico: José Renato Nalini "Como educar para o imprevisível? O futuro não está disponível como certeza e o que surgirá será o inesperado."
Uma geração é o lapso temporal de 25 anos. A omenos é isso o que costuma ser aceito pela generalidade dos que se encarregam de estudar a sucessiva reposição de seres humanos, cuja aventura pelo Planeta dura algumas décadas e não mais. A geração atual é chamada “Y” ou seus integrantes são os “Millennials”. Depois da quebra dos paradigmas, da revolução sexual, da liberação dos costumes, da disseminação da droga, da subversão dos valores, surpreendem-se os que detectam uma espécie de retorno. O Relatório Sage’s Walk With Me, elaborado a partir de uma pesquisa conduzida pela SAGE líder mundial no setor de softwares para pequenas e médias empresas, com 7.400 empreendedores, de 18 a 34 anos, em 16 países, em junho de 2016, desmistifica algumas “verdades” sobre essa geração. Assim é que a maioria pretende “fazer a diferença”. Promover o “bem social”, como se posicionaram 871% dos empreendedores do Brasil. 66% valorizam mais o lazer que o trabalho e 71% consideram relevante reduzir a jornada de horas de trabalho e antecipar a aposentadoria. O resultado da pesquisa chega a definir cinco perfis dos jovens líderes empresariais da geração do milênio. Há os planejadores, que são extremamente metódicos na forma de trabalhar, dedicam se a planejar cuidadosamente todos os passos para obter êxito. São ambiciosos, questionadores e meticulosos. Sabem cobrar as metas aos subordinados. Os técnicos são aficionados ao trabalho e não convivem com a ideia de ficar sem nada para fazer. Procuram eficiência e recorrem à tecnologia para permanecerem sempre adiante da concorrência. Acreditam em sua capacidade de inovar e de atrair novos clientes. O perfil dos exploradores instintivos é o dos que amam o desconhecido e exploram novos territórios. Confiam em seus instintos e nos instrumentos de que se utilizam. Valorizam a imagem de contemporaneidade que transmitem e investem no legado que querem deixar. Os realistas são engenhosos, embora costumem atrelar o êxito dos negócios à tecnologia e não a si mesmos. Alternam a tomada de decisões entre as intuições e as impostas pela racionalidade e pela técnica. Por fim, os caçadores de emoção completam o quinteto. São aqueles que, se não tiverem um novo desafio, se entediam facilmente e não se importam com as aparências. São gregários, rendem mais quando trabalham em conjunto e acreditam que a ideia de causar um impacto social é superestimada. O importante é considerar que esta geração já nasceu sob o impacto das TICs Tecnologias de Informação e Comunicação. Um desafio permanente, pois os avanços incessantes fazem com que a obsolescência seja a companhia inafastável de todos os atores. Já está acessível um acervo de informações que a cada minuto se multiplica, além das descobertas que transformam profundamente a forma de viver e de conviver. A inteligência artificial ainda não produziu todas as modificações potencialmente factíveis. A internet 3D ou “das coisas” vai trazer mutações inimagináveis. Aqueles que hoje têm a responsabilidade de formar quadros profissionais para o futuro estão imersos numa dificuldade quase intransponível: mais de 70% das profissões atuais não existirão nos próximos anos. Como educar para o imprevisível? O futuro não está disponível como certeza e o que surgirá será o inesperado. A missão da lucidez é alertar a juventude sobre os riscos decorrentes de uma quarta ou quinta Revolução Industrial, em pleno e acelerado curso. É urgente que todos se conscientizem de que devemos nos preparar para o ignorado. Lembrar de que “o homem planeja e Deus sorri”. Os fatos recentes constituem o melhor atestado de que a previsão humana é cada vez mais frágil, falível e des-provida de veracidade. Fonte: Correio Popular Campinas | Data: 06/01/2017 voltar |
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