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Acadêmico: José Renato Nalini "Quando se conhece o resultado de experiências levadas a efeito em salas de aula por protagonistas anônimos, que desenvolvem projetos transformadores, tem-se a certeza de que o Brasil dará certo."
A despeito das dificuldades que este ano ofereceu a todos os brasileiros, é reconfortante saber que professores da Rede Pública mantiveram acesa a chama. Quando se conhece o resultado de experiências levadas a efeito em salas de aula por protagonistas anônimos, que desenvolvem projetos transformadores, tem-se a certeza de que o Brasil dará certo. Quem duvidar tente conhecer os dez mestres premiados com o “Educador Nota 10” em sua 19ª edição. Em Lajes, SC, Carlos Eduardo Canani fez com que seus alunos se interessassem pelas estórias dos avós e a partir daí, além de estreitarem os laços sanguíneos, reforçassem o aprendizado da Língua Portuguesa. “Por um Fio de Memória” é algo que pode ser replicado em qualquer sala de aula, pois já provou dar certo. A professora Débora Gomes Gonçalves, de Salvador-BA, fez um vínculo muito concreto entre seus alunos e o Projeto Tamar, que protege as tartarugas marinhas. As crianças conheceram melhor o objetivo da iniciativa e conseguiram sucesso mais efetivo no processo de alfabetização. “A Construção da Identidade” foi desenvolvida por Fábio Augusto Machado, numa área vulnerável de Morro Doce, Distrito de Anhanguera, Capital Paulista. Fortaleceu a autoestima de seu alunado, que ganhou desenvoltura ao traduzir em saraus as suas angústias e esperanças. A gamificação foi o setor explorado pelo Professor Greiton Toledo de Azevedo, em Goiania, com o intuito de contribuir para o entendimento da estrutura computacional e estimular o raciocínio matemático de forma lúdica, utilizando-se dos games, tão conhecidos desta geração. Em Nova Europa, SP, a professora Karin Elizabeth Bergamin Groner, da Escola Estadual Fernando Brasil, conseguiu com que seus alunos ganhassem proficiência em Português, mediante o projeto didático leitura dramática. A leitura prazerosa e compartilhada é instrumento imprescindível à boa formação do futuro cidadão e hoje aluno da Rede Pública. Na educação indígena, o professor Luiz Weymilawa Surui, de Cacoal-RO, ao resgatar a cultura tradicional, fez com que os alunos aprendessem com os mais idosos a construir o Lap Gup, lugar de relações fundamentais da vida doméstica de tempos imemoriais e se aperceberam melhor de sua importância etnogeográfica. Muito expressiva a manifestação do mestre indígena em relação à preservação das florestas, brado ecológico tão necessário em nossos dias de inclemente maltrato da natureza. O Projeto “Pé com Café”, da mestra Marilei Roseli Chableski, de Joinville-SC, preparou acolhimento carinhoso para as crianças do berçário. Adentrando às peculiaridades dos bebês, propiciou que a separação inicial entre mãe e filhos fosse amenizada pela reconstituição do ambiente doméstico das crianças. Um diretor de 27 anos, Rodrigo Barbosa Fróes, desenvolveu um Projeto extremamente relevante: Escola de Qualidade: Responsabilidade de Todos. Em Manaus, articulou diferentes segmentos da escola e promoveu ações que potencializaram a performance de todos os atores de uma escola que dava eloquentes sinais de fratura relacional. Selene Coletti, de Itatiba-SP, com o Projeto “Mapas do Tesouro que são um Tesouro”, estudou com seus discípulos a localização de pessoas e objetos no espaço, em exercícios lúdicos de percursos e construção de um sedutor mapa do tesouro, que os fez mais interessados em Matemática. Finalmente, o jovem professor Wemerson da Silva Nogueira, de 25 anos, em Nova Venécia-ES, ofereceu o projeto que garantiu a ele o Prêmio de “Educador do Ano”. O nome é inspirador: “Filtrando as Lágrimas do Rio Doce”. A partir da tragédia ambiental da Samarco, estudou em sua classe os impactos causados pelo rompimento da barragem em Mariana e os contextualizou ao estudo da tabela periódica. Mais ainda, inserindo o aprendizado à vida real, construiu filtros para a comunidade ribeirinha. Como esses dez, quantos outros não têm iniciativas exitosas e conseguem provar que o ensinar é a mais importante missão de que pode se encarregar um ser humano? voltar |
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