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OS JOGOS EDUCAM
Acadêmico: José Renato Nalini
"Temos de devolver à criança noções de civilidade, patriotismo, polidez, respeito ao outro e tantos outros valores dos quais fomos nos esquecendo no decorrer do tempo. E se tais noções puderem ser apresentadas de forma lúdica, no uso de instrumentos acessíveis do mundo digital, o aprendizado se consolidará de maneira muito mais exitosa."

A educação contemporânea não pode ignorar o valor dos jogos.
Disserta-se com frequência sobre atividades lúdicas. Mas nem sempre se
pratica o que se prega. É preciso ter coragem e aprender com quem ousou.
O Minecraft, já utilizado por muita gente, é eficaz ferramenta de
aprendizado. Estimula a criatividade dos jogadores, que podem construir
qualquer coisa com ele. Os blocos virtuais excitam o senso de
empreendedorismo. A Microsoft adquiriu uma versão do Minecraft
especialmente para ser usada em sala de aula. Mais de 40 países
aderiram.

É possível que os alunos entrem no jogo durante as aulas de estudos
sociais e recriem as características de lugares históricos de sua
região. Não seria interessante que as crianças de hoje tivessem uma
visão do que foi o começo da colonização? Ou de como eram nossas cidades
quando a densidade demográfica não tivesse ainda chegado ao ponto de
acabar com a mata, fazendo das povoações manchas cinzentas com o verde
deficiente? Ou mostrar como eram os rios, sinuosos e limpos, em lugar
dos esgotos canalizados de nossos dias?

Nas aulas de ciências, o aluno pode aprender a montagem de circuitos
elétricos. E assim, uma série de coisas novas pode ser mais facilmente
aprendida, mesmo porque o jovem é interessado em novidades dinâmicas,
não em ficar a decorar informações que podem ser facilmente obtidas na
consulta ao Google.

Outra boa notícia a respeito do Minecraft é que ele permite a interação
entre adulto e jovem, entre velho e criança. Os jovens têm contato com
pessoas mais experientes e tais conexões indicam à criança um caminho
profissional que ainda não faz parte de suas cogitações. O tutor adulto
multiplica as oportunidades do moço.

Há também um aplicativo do Minecraft chamado redstone, mediante o qual
os jogadores podem usar uma fiação virtual e dar vida às suas criações.
O "New York Times" noticiou a invenção de um aluno de catorze anos, com
uso do redstone: um gigantesco posto de comércio que permite a jogadores
em dois lados de um paredão, trocarem mercadorias por uma rampa
automática. Houve necessidade de criar um grande número de conexões e
isso desenvolve a agilidade mental dos alunos.

Louve-se o envolvimento pessoal da Juíza da Suprema Corte Sandra Day
O Connor, que criou em 2009 a ONG educacional iCivics e que já lançou
dezenove jogos on-line gratuitos, para familiarizar o alunado com o
funcionamento da Suprema Corte e de outros organismos estatais,
propiciando a mais de 3,2 milhões de estudantes a participação nesses
games.

A mesma iniciativa produziu um game que estimula o envolvimento da
cidadania com a política e isso está sendo usado nas eleições
presidenciais norte-americanas. Nada impede que o Brasil se aproprie
dessa tecnologia e produza algo análogo. Nós precisamos, tanto como os
norte-americanos ou até mais do que eles, fazer com que a política seja
regenerada e não generalizada por suas práticas pouco ortodoxas.

O jogo "Win the White House" (Ganhe a Casa Branca) foi verdadeira
coqueluche entre estudantes e se espalhou pelos Estados Unidos. Funciona
como se os alunos fossem presidenciáveis fictícios que têm urgência em
aprender a competir polidamente contra adversários nem sempre amistosos.
Todas as grandes questões que motivam o chefe do Executivo da mais
poderosa Nação do Planeta podem ser abordadas nesse jogo: migração,
guerra externa em prol da Democracia, controle de armas, defesa do meio
ambiente, etc.

Temos de devolver à criança noções de civilidade, patriotismo, polidez,
respeito ao outro e tantos outros valores dos quais fomos nos esquecendo
no decorrer do tempo. E se tais noções puderem ser apresentadas de forma
lúdica, no uso de instrumentos acessíveis do mundo digital, o
aprendizado se consolidará de maneira muito mais exitosa. O que queremos
é uma criança e um jovem mais empenhado em assumir protagonismo e em
tornar o Brasil a Pátria melhor com que temos direito de sonhar.



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