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EDUCAÇÃO: RÚSSIA E BRASIL
Acadêmico: José Renato Nalini
"A Rússia tem muito a ensinar ao Brasil em pesquisa de sofisticadas tecnologias. O MIPT - Moscow Institute of Physics and Technology é uma das mais importantes unidades universitárias da Rússia e uma das melhores do mundo."

O que pode estreitar as relações Rússia-Brasil? A natural aproximação entre nossos sistemas de ensino.

São dois grandes Países, ambos integrantes do bloco BRICs, de singular similitude: continentais, população proporcionalmente análoga, em constante reinvenção depois de contextos históricos de remota semelhança e à procura de seu papel no concerto mundial.

Até mesmo o idioma, aparentemente distanciado, tem núcleo fonético de maior proximidade do que se poderia imaginar.

A Rússia tem nichos de excelência na formação de sua infância e juventude. Em virtude das vicissitudes históricas, o sofrimento e a perda de vidas humanas marcou praticamente a totalidade de suas famílias. Isso as retemperou em brio, honra, autoestima e orgulho patriótico.

Nesse ponto, a aproximação entre Rússia e Brasil só pode beneficiar esta nossa Pátria jovem e ainda pouco experimentada em sofrimento.

A estrutura educacional é muito próxima. Redescobre-se a valia do pesado investimento nos primeiros anos do ser educando, fase fundamental para a formatação de personalidade apta a vencer desafios. Ênfase nas ciências exatas, pois a contemporaneidade não prescinde de pesquisa de ponta e absorção de conhecimentos em constante evolução.

A Rússia tem muito a ensinar ao Brasil em pesquisa de sofisticadas tecnologias. O MIPT - Moscow Institute of Physics and Technology é uma das mais importantes unidades universitárias da Rússia e uma das melhores do mundo. Foi fundado por professores que mereceram o Nobel de física, tais como Kaptisa, Landau e Semyonov e coleciona outros Nobel na área. Sua política educacional é recrutar estudantes talentosos e com potencial, fazê-los investir na criatividade, formar cientistas que liderem os iniciantes e incentivem o contínuo aprimoramento no aprendizado e fazer com que os melhores laboratórios se congreguem para produzir uma pesquisa tecnológica construtiva.

A visita realizada ao MIPT acenou com possibilidades de aproximação entre a educação paulista e aquele renomado centro de pesquisa russo. Recebidos pelo Vice-Reitor Tagir Aushev, encarregado da Pesquisa e Desenvolvimento Estratégico, além das Diretoras do Centro Internacional de Cooperação, Anna Shornikova e Irina Obukhova, do Centro de Educação Internacional, acordou-se um protocolo de cooperação para que estudantes brasileiros possam aproveitar a expertise daquele Instituto em proveitoso intercâmbio.

Basta mencionar que além dos 10 Nobel em Física de seus professores e alunos, muitos outros foram obtidos por egressos do MIPT. Sua base científica produz novas tecnologias e gerou 100 startups desde 2006. Seus alunos ajudam o desenvolvimento de relações com o mercado internacional de tecnologia. Atende a uma crescente demanda de novas tecnologias por empresas de todo o mundo.

Abriga 6.200 estudantes de todas as partes do mundo e está aberto para receber também os brasileiros. Depende de nós tornar realidade a abertura da ciência e tecnologia russas para que mais brasileiros possam se abeberar da experiência já evidenciada em setores como a pesquisa dos mecanismos moleculares causadores de enfermidades, laboratórios de biologia estrutural de receptores conjugado com proteína "g", de síntese química e catálise, de desenvolvimento de nano-eletrônicos e nano-óticos, de modelagem matemática de processos não lineares em gases, de topológicos quantum eventos em estruturas híbridas supercondutoras e outros campos de alta especialização, cujo aprendizado fará o Brasil avançar nessa área tão imprescindível ao nosso crescimento.

Desde 2013, o MIPT está envolvido no chamado 5-100 Projeto Russo de Excelência Acadêmica, cujo objetivo é maximizar a posição de competitividade de um grupo de Universidades Russas de ponta na pesquisa global e no mercado educacional. Suas prioridades também são as nossas: Pesquisa, Recursos Humanos, Educação e Integração. Temos muito a ganhar com essa aproximação. Selecionemos os interessados com potencial e pensemos no que eles poderão aprender, para transformar nossa Pátria no País desenvolvido com que todos sonhamos e que está ao nosso alcance, tivermos foco, empenho e vontade.



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