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O TEATRO E A VIDA
Acadêmico: José Renato Nalini
"O teatro é uma arte apaixonante. A cada espetáculo, o artista se oferece inteiro à plateia."

Sempre me entusiasmei com o teatro. Não fora filho de um diretor de teatro amador que acumulava as funções de ensaiador, ator, animador, selecionador de jovens talentos e tudo o mais que necessitasse de mão de obra gratuita e entusiasta. Fui assistir a “O que terá acontecido a Baby Jane”, com Eva Wilma e Nicette Bruno. Espetáculo magnífico.
Elas não ficam nada a dever a Betty Davis e a Joan Crawford, que em 1962 encenaram a peça baseada no livro de Henry Farrel no cinema. As crianças Sophia Valverde, Duda Matte e Thaís Morello são excelentes e prometem muito. Vai daí a associação que faço em relação a Eva Wilma que, em companhia de Carlos Zara, nos ajudou na Feira da Amizade em 1982.
Ela entendeu que um movimento que congregava toda a cidade de Jundiaí, para sustentar a integralidade de suas entidades assistenciais, merecia um olhar de carinho dos artistas. Passou um dia a trabalhar numa das barracas que a comunidade fazia funcionar de maneira autêntica: os pratos típicos eram preparados pelas próprias partícipes e cada colônia mostrava o que de melhor produzia.
Também me lembrei de Joan Crawford, que tive o privilégio de conhecer quando em visita ao Brasil. Ela se encontrou com sua prima-irmã Yvonne Le Sueur de Moraes e eu, amigo de José Carlos Le Sueur de Moraes, integrei a pequena comitiva que com ela jantou num hotel em São Paulo. Ela era dona da Pepsi-Cola e tinha interesses no Brasil. Procurou avistar-se com a prima e sua família. Seu nome era Lucille Le Sueur. Fez o papel de Blanche Hudson no cinema, agora representado por Nicette Bruno.
O teatro é uma arte apaixonante. A cada espetáculo, o artista se oferece inteiro à plateia. Não é como o cinema, que consegue repetir as cenas até satisfazer o diretor. Não. Cada cena é única e definitiva.
Depois, existe a correlação interessante entre teatro e vida. Representamos bem nosso papel? Ou estamos mal situados nele? Teríamos condições de interpretar outro personagem? Já tentamos alguma vez? São temas existenciais que incomodam algumas pessoas. Apenas as lúcidas.



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