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INCLUSÃO ÉTICA
Acadêmico: José Renato Nalini
"Consistentes barreiras precisam ser superadas para que a inclusão se converta em realidade."

A palavra “inclusão” está inserta no discurso contemporâneo. O ideal de uma sociedade inclusiva é acalentado por todas as pessoas lúcidas, que acreditam na edificação de uma Pátria fraterna e solidária, resultante do pacto federativo de 1988.
A Lei da Inclusão adota sistemática bem elaborada e, como todo o arsenal normativo de que o Brasil dispõe, atende à ordem do dever ser. Nem sempre encontra eco na realidade, tamanhas as dificuldades postas por uma série de fatores, numa sociedade heterogênea, complexa e em autêntica policrise.
Consistentes barreiras precisam ser superadas para que a inclusão se converta em realidade. Há preconceitos e pré-compreensões a serem vencidas. Ainda recentemente, ouvi de uma batalhadora nessa área, que a inclusão no trabalho é deficitária, porque em regra as empresas querem “um cego que enxergue, um surdo que ouça e um cadeirante que corra”.
A norma exige que a escola acolha o aluno portador de alguma deficiência e propicie a ele convívio no curso regular. Às vezes, sua família entende que é melhor uma assistência prestada por entidade especializada. Outras vezes, é a família do aluno considerado “normal” em sala que conta com outro incluído, que oferece resistência a esse compartilhamento.
Nem sempre existe o preparo adequado do profissional para lidar com alguém que precisa de cuidados especiais. Tem razão quem adverte que a criança especial, desde a mais tenra idade, precisa ser alertada de que encontrará mais dificuldades do que as outras e isso permanece durante toda a sua existência.
A todos é recomendável uma urgente e profunda imersão na ética. Ciência do comportamento moral do homem na sociedade. A procura contínua do bem. Nossa vocação é nos humanizar a cada dia mais. Nem haveria a necessidade de lei se nos compenetrássemos de nossa pequenez, de nossa fragilidade e, principalmente, do quão efêmera é nossa passagem por este Planeta.
Todavia, animais pretensiosos, somos egoístas, não conseguimos sequer respeitar o próximo, quanto mais amá-lo! Procedemos como se fôssemos infinitos, quando na verdade a inevitável, incontornável e tão democrática morte está continuamente à nossa espreita.



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