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Acadêmico: José Renato Nalini "As profissões do futuro, sobre as quais já me detive anteriormente, são muito diferentes daquelas de hoje. Talvez 60% do que hoje exista não subsistirá amanhã. Por isso, é preciso uma educação empreendedora, polivalente, apta ao enfrentamento de situações inesperadas."
Uma geração dura 25 anos. Bastaria uma geração para transformar o Brasil, se todos levarem a sério a educação. Todos significa todos mesmo. Sem exclusão. Estado, família e sociedade. Assim como determina a Constituição do Brasil no artigo 205. Aliás, a Lei de Diretrizes e Bases é ainda mais enfática: no seu artigo 2º, coloca a família como a primeira titular do dever de educar. Educar para a vida. Para que todas as potencialidades do ser humano sejam exploradas e desenvolvidas até à plenitude. Sempre somos capazes de realizar mais. Cumpre nos exigirmos sempre mais. Não encarar limites. Como Jacques Cousteau dizia: “Não sabia que era impossível, foi lá e fez”. Educar para a cidadania. O Brasil precisa de uma sociedade que saiba respeitar as diferenças. Não é preciso transformar quem pensa diferente em inimigo. Há múltiplas visões de mundo, variadas concepções de vida. Há lugar para todos. Sem destruição, mas com vistas à edificação de uma Pátria justa, igual em oportunidades e solidária. Outra promessa do constituinte. O que é ser cidadão? É exercer a capacidade de usufruir direitos e assumir responsabilidades. Ser cidadão implica em não fugir dos deveres. A cada direito corresponde a sua face onerosa: a obrigação. Isso nem sempre é compreendido e é por esse motivo que os entrechoques mostram um convívio turbulento, em lugar da coexistência civilizada. Depois, preparar a pessoa para o trabalho. Um trabalho que será diferente daqui a vinte e cinco anos. Não podemos nos iludir. A maior parte daquilo que aprendemos não será necessário para sobrevivermos. As profissões do futuro, sobre as quais já me detive anteriormente, são muito diferentes daquelas de hoje. Talvez 60% do que hoje exista não subsistirá amanhã. Por isso, é preciso uma educação empreendedora, polivalente, apta ao enfrentamento de situações inesperadas. Que tal se preparar com vistas à necessidade do empreendedor local? O chamado “think global act local” será necessário para grupos de empresários que se concentram em projetos e empreendimentos ajustados à realidade local, o que os faz deixar de lado a visão global. Ou ser geomicrobiologista, cuja função será investigar bactérias e microorganismos, com o objetivo de aplicar na rotina as suas descobertas em áreas quais a medicina, alimentação, saúde e bem-estar. Precisaremos de terapeutas experimentais, já que a vida intensamente conectada, o dia todo à frente da tela e com o uso contínuo do smartphone, fará surgir patologias visuais e cerebrais. Seu tratamento implicará em renovadas terapias e métodos. Daqui a vinte e cinco anos precisaremos de condutores de drones, em áreas como o varejo, correios, segurança, monitoramento, documentação e registro de eventos, festas e até sepultamentos. Haverá necessidade de guias experientes. Mas vamos também necessitar de conselheiros pessoais de compras alimentares. As pessoas estarão mais preocupadas com a alimentação saudável e procurarão quem ajuste a alimentação à vida particular e até à estrutura do DNA do contratante. O empreendedor alimentar será o profissional que buscará caminhos para a alimentação saudável e inovadora, que auxilie a solucionar a fome global. E também haverá conselheiros de produtividade, com o fim de melhorar a produtividade, combinando saúde, bem-estar, gestão de tempo, exposição online e aconselhamento de carreira. A atuação será a cada dia mais online, mediante utilização de ferramentas virtuais e holográficas. Pensa-se mesmo em formar o desorganizador corporativo, já que as empresas vão requerer organograma mais colaborativo. Será útil aquele que embaralhe e quebre as hierarquias, com utilização de design thinking e criatividade. E o que dizer do “tutor de curiosidade”? O conselheiro que oferecerá inspiração e conteúdo para despertar a curiosidade e fomentar a descoberta, questionando modelos de ensino como os atuais, que se fundam em pautas pré-definidas. Enfim, precisaremos estar atentos e zelar para que nossos jovens tenham o futuro promissor que almejamos para eles e não se decepcionem com a nossa falta de previsibilidade. voltar |
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