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CELULAR PARA ENSINAR
Acadêmico: José Renato Nalini
"Se quisermos manter o aluno interessado em aprender, temos de usar a linguagem dele. A linguagem de seu tempo"

Ninguém mais vive sem celular. Critique-se a dependência gerada pelo uso intenso do smartphone. Lamuriem-se os preocupados com essa geração que já nasce com “chip”. O fato irrecusável é que a comunicação está num outro patamar e que o mundo nunca mais será o mesmo.

Até “ola tecnológica” já aconteceu, quando todos os torcedores comemoraram a medalha de ouro no vôlei masculino levantando seus celulares num Maracanãzinho lotado. Já em Londres, em 2012, as plataformas digitais superaram a TV pela primeira vez. No Rio, o smartphone mostrou que é hoje o soberano. O YouTube transmitiu a Olimpíada ao vivo para todos os continentes. O volume de buscas do Google em 2016 foi 164% maior do que as pesquisas de 2012.

Se em 2012 eram 26,8 milhões os smartphones ativos no Brasil, hoje são 119 milhões. O brasileiro consulta sua bugiganga eletrônica 86 vezes por dia. E a tendência é ver esse número crescer ainda mais.

Os youtubers precisam ser levados a sério. Eles constituem a grande novidade da Bienal do Livro de 2016. Eu os convoquei quando assumi a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, para uma comunicação ágil e direta com o alunado 4 milhões de estudantes da Rede Pública de São Paulo. São eles que o jovem ouvem e seguem e se quisermos alavancar a educação pública no Brasil, vamos ter de ouvir suas recomendações.

É urgente a liberação do celular para finalidades pedagógicas. O ensino prelecional está sendo questionado em todos os ambientes. Se quisermos manter o aluno interessado em aprender, temos de usar a linguagem dele. A linguagem de seu tempo.

Chegará o dia em que os professores solicitarão a seus alunos um “dever de casa”, uma tarefa diária que será produzida num pequeno filme e exibido em classe para todos os demais colegas. As composições poderão residir no mundo digital, pois esse o espaço explorado com desenvoltura pelas novas gerações. Elas têm direito a que reconheçamos as novas plataformas digitais como o instrumento mais eficiente de transmissão das informações e de produção do material de ensino, convertido em efetivo padrão de aprendizado. Ou isso, ou vamos perecer!

Por: José Renato Nalini (fonte: Jornal de Jundiaí) | Data: 04/09/2016.



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