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Acadêmico: Gabriel Chalita "O Rio das letras, das artes, das paixões. Quantos poetas aqui se inspiraram. Quantos cantores se alimentaram de amanhãs, extasiados com a "princesinha do mar". "
E o carnaval carioca encantou mais uma vez o mundo. E não era fevereiro. Nem março. Eram as Olimpíadas que chegavam ao fim. Atletas e amantes do esporte e do belo se encontraram na Cidade Maravilhosa. Outros, olhos fitos na tela, assistiram às competições. Era o Rio mostrando que fora esculpido com especial carinho pelo Artista. Mares e picos de montanhas. Florestas. Enredos de mistérios. Por que tanta beleza em um só lugar? E há o carioca e os que vieram aqui viver. Ontem e hoje. Mulheres e homens que fazem os 450 anos desta cidade. Arquitetos de obras que permaneceram e de risos que encantaram. A experiência de viver o Rio é inesquecível. Os muitos brasis se encontram por aqui. Alguns vêm a passeio e ficam. Outros se vão por necessidade. Fico imaginando os turistas se despedindo depois de tantos encontros. Encontrarão razões para voltar, certamente. É um rio de possibilidades esta cidade. Lembro-me de minhas primeiras impressões, ainda criança, quando desci a serra e atingi o paraíso. Minha tia ainda mora na Tijuca. Meus tios que moravam em Vila Isabel já nos olham do alto. Tenho primos por aqui. E amigos. Muitos. Fui crescendo e me dividindo entre Rio e São Paulo. Nasci no meio do caminho. De Cachoeira Paulista, vinha passar as férias. Ver os shows. Os teatros. Vinha passear no calçadão. Vinha viver a tal carioquice. As escolas de samba sempre me surpreenderam - que capacidade é essa de contar uma história, de popularizar um tema em uma hora e alguns minutos? E a comunidade, comungando desse tema e da tradição de prosseguir, obedecendo ao compositor "não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar". O Rio das letras, das artes, das paixões. Quantos poetas aqui se inspiraram. Quantos cantores se alimentaram de amanhãs, extasiados com a "princesinha do mar". A ousadia de ontem ainda vive. E há o futuro. Há jovens com o direito de cumprir uma missão, um tema de vida. Que podem olhar para a sina de Machado de Assis e imaginar, "eu também posso". Também quero uma "Carolina" para ser cúmplice por toda a vida. Também busco folhas para escrever a minha história. Gosto de ouvir histórias. Sou escritor. Preciso delas para alimentar meu ofício. Vou partilhar algumas por aqui. Muitas vividas nesta cidade. Outras, em outros cantos deste fascinante país. Somos muitos e um só. Que a palavra seja um instrumento para exprimir esses encantamentos de cada canto que a vida nos proporciona. Por: Gabriel Chalita (fonte: O Dia-RJ) | Data: 28/08/2016. voltar |
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