cadeira nº 8
BÁRBARA ELIODORA GUILHERMINA DA SILVEIRA BUENO
Fundador: Priscilliana Duarte de Almeida

Nasceu em 1794, em Minas Gerais. Filha do Dr. José da Silveira e Souza e D. Maria Josefa da Cunha, esposa de Inácio de Alvarenga Peixoto. Ignora-se o lugar certo onde nasceu.

Pretendem alguns que fosse paulista, outros afirmam que viu a luz do dia em São João dEl-Rei ou Campanha (MG). Distinguia-se, em São João dEl-Rei, por sua beleza impecável e por seu espírito bem dotado. Quando o Dr. Inácio José de Alvarenga, ouvidor-geral da comarca de Rio das Mortes, a conheceu, logo se apaixonou, contraindo núpcias. Viviam felizes, educando os quatro filhos, quando surgiu a denúncia contra os inconfidentes.

Alvarenga Peixoto, comprometido na tentativa revolucionária e para livrar-se do perigo iminente, pensou apresentar-se ao visconde de Barbacena e fazê-lo conhecedor do plano sedicioso, com todas as minúcias. Antes, porém, de realizar o ato de traição, comunicou o intento à esposa; esta, com seu espírito varonil e a coragem das heroínas, profligou-lhe a idéia criminosa e animou-o a suportar o revés da sorte. Dominou a razão. Alvarenga foi expiar no cárcere o crime de haver sonhado a liberdade da Pátria. Enquanto o marido sofria maus tratos na masmorra, ela advogava a causa com ânimo forte. Da prisão, veio ter-lhe às mãos poesia que o companheiro amado lhe enviou "Bárbara bela, do Norte estrela, que o meu destino sabes guiar, de ti ausente, triste somente, as horas passo a suspirar ...".

Sobrevindo a condenação do conjurado, primeiro à pena de morte, comutada depois ao degredo perpétuo, tomou luto e nunca mais um sorriso desabrochou. Confiscaram-lhe os bens, arrasaram a casa, tiraram-lhe o pão aos filhos e lançaram sobre ela e os quatro entes queridos o opróbio da maldição, considerando-os infames e desprezados. Desmoronou-se um lar feliz, onde vivia uma bela menina - Maria Ifigênia - que a todos impressionava por sua beleza peregrina e merecia dos pais, toda a sorte de desvelos, carinhos e um grande amor manifestado na educação primorosa que lhe davam.

A "princesa do Brasil", como era por todos chamada, não resistiu à vergonha e morreu aos 15 anos de idade. E punha-se a recitar com profunda mágoa, a poesia que o marido lhe enviara da prisão: "Tu entre os braços ternos abraços de filha amada podes gozar; priva-me a estrela de ti e dela: busca dois modos de me matar".


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Por Desconhecido - Óleo sobre tela em poder de Olga Bueno, Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=20544681



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