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Acadêmico: Anna Maria Martins "Para o escritor, habituado a seu ofício solitário, nessa luta vã com a palavra - no dizer do grande Poeta e repeti-lo é sempre oportuno - para o escritor, que é a condição que me permite a honra de ingressar hoje na Academia Paulista de Letras, sair de um trabalho solitário e enfrentar as luzes e honrarias desta tarde festiva, significa a recompensa por um ofício árduo, demasiado exigente e nem sempre reconhecido."
Para o escritor, habituado a seu ofício solitário, nessa luta vã com a palavra - no dizer do grande Poeta e repeti-lo é sempre oportuno - para o escritor, que é a condição que me permite a honra de ingressar hoje na Academia Paulista de Letras, sair de um trabalho solitário e enfrentar as luzes e honrarias desta tarde festiva, significa a recompensa por um ofício árduo, demasiado exigente e nem sempre reconhecido. Escritora que sou, recebo, ilustres Acadêmicos, vossa escolha de meu nome para integrar esta nobre Casa, como a referenda de um trabalho a que me venho dedicando há anos. Ter sido escolhida por vós, aceita como partícipe desta agremiação, que congrega em São Paulo expoentes da cultura, significa o coroamento do meu trabalho. Quando soube, senhores Acadêmicos, que seria persona grata ao vosso convívio, que minha produção literária e atividade na área da cultura abriam-me as portas desta Casa, vi chegado o momento de me candidatar. Incentivada e apoiada por Lygia Fagundes Telles, notável escritora, companheira de ofício e querida amiga; e por Ricardo Ramos, escritor e homem admirável, amigo que tanta saudade nos deixa, apresentei-me a vós, senhores Acadêmicos, seguindo o ritual necessário à postulação da vaga aberta. Dentre vós, eu já contava com amigos que conheciam o meu trabalho na área das letras, que desejavam o meu ingresso nesta Casa. Marcos Rey, Hernâni Donato, Francisco Marins (editor do meu segundo livro), Israel Dias Novaes, que hoje me privilegia introduzindo-me ao vosso convívio, esses amigos apoiaram a minha candidatura e por ela se empenharam. Agradeço-vos, não só a vós que por mim trabalhastes, mas a vós todos, ilustres Acadêmicos, que em vossa Casa me acolheis. Quanto à cadeira nº 7, cujo privilégio de ocupar enche-me de contentamento, ressalto a emoção que senti ao me informar sobre os que nela me precederam e verificar que o patrono é José Bonifácio, o Moço. Meu bisavô. Coincidência, alegria com que o destino às vezes nos premia, o fato é que me senti profundamente comovida. Um Andrada ilustre, antepassado de quem me honro, o patrono da cadeira que hoje passo a ocupar. Sem jactância, mas sem falsa modéstia, ser Andrada é uma referência biográfica que me engrandece. Outra coincidência que desejo ressaltar diz respeito ao sobrenome do meu antecessor imediato. Pedro Ferraz do Amaral. Também sou Amaral. Sobrenome que me vem de minha mãe, sou Amaral, bisneta de José Estanislau do Amaral, fazendeiro, desbravador de terras, agricultor que muito contribuiu para o desenvolvimento do país. Se, como afirmei há pouco, ser Andrada é referência biográfica que me engrandece, ser Amaral também muito me honra. Antes de passar ao elogio dos meus antecessores na cadeira nº 7, quero me referir, de maneira breve, à minha formação cultural. Cursei o primário e o ginásio em Santos, no Colégio Stella Maris, dirigido pelas Cônegas de Santo Agostinho, as freiras do “Des Oiseaux” que, anos mais tarde, fariam profunda revisão de sua postura face à sociedade. Numa grinada, bastante polêmica e que na ocasião lhes trouxe muitos dissabores, iniciaram um corajoso trabalho de cunho social. Naquela época, entretanto, dedicavam-se apenas às jeunes filles bien rangées, como diria Simone de Beauvoir. Mas não era somente uma educação de boas maneiras e savoir faire que essas mestras proporcionavam a suas alunas. Líamos Racine, Corneille, Moliere; estudávamos os clássicos da literatura inglesa; e, naturalmente, autores portugueses e brasileiros. Vem talvez dessa época o meu entusiasmo pela literatura. Fui, e continuo sendo uma leitora voraz. Sobretudo do autor brasileiro. Comecei fazendo poesia, mas logo me dei conta de que não era esse o meu gênero. Passei à prosa; a narrativa curta, à qual me mantenho fiel. Publiquei tardiamente. Casada com o escritor e jornalista, o acadêmico Luís Martins, nome já consagrado nas letras, sentia-me bastante inibida para enveredar na mesma área. Não que essa inibição proviesse de qualquer atitude que me parecesse impor travas ou limites. Muito ao contrário; Luís Martins foi o grande incentivador do meu trabalho literário, entusiasta, às vezes exagerado, o que me causava um certo constrangimento. Tenho a certeza de que seria o primeiro a aplaudir o meu ingresso na Academia Paulista de Letras. E neste instante, nesta Casa, que, como acadêmico, tantas vezes Luís Martins freqüentou, presto-lhe uma homenagem de saudade e gratidão. Devo-lhe, além do aprimoramento em cultura literária e de conhecimentos mais extensos sobre artes plásticas, o convívio com expoentes da intelectualidade brasileira. É privilégio ter convivido com Di Cavalcanti, Sérgio Buarque de Holanda, Paulo Mendes de Almeida e Sérgio Milliet, para citar apenas alguns intelectuais, cuja amizade recebi através de Luís Martins - meu marido e companheiro por quase trinta anos. Passo agora a falar sobre o patrono e os ocupantes da cadeira nº 7. José Bonifácio, O moço Filho do Conselheiro Martim Francisco e de sua sobrinha Gabriella Frederica Ribeiro de Andrada - filha do "Patriarca" - José Bonifácio, o Moço nasceu em Bordeaux, na França, a 08 de novembro de 1827. Veio para o Brasil aos dois anos de idade. Fez os primeiros estudos em Santos e, mais tarde, freqüentou a Escola Militar do Rio de Janeiro, durante três anos. Retornando a São Paulo, para um tratamento de saúde, cursou a Faculdade de Direito, onde se diplomou em 1853. Foi professor na Faculdade do Recife e na de São Paulo; conselheiro, deputado provincial e geral, ministro duas vezes e senador. Rejeitou a presidência do conselho em 1883. Durante a campanha abolicionista, notabilizou-se como orador parlamentar por sua atitude nobre e corajosa. Ruy Barbosa considerava-o um orador brilhante, "primus inter pares" e Sílvio Romero, referindo-se ao Andrada, qualificou-o possuidor de "um talento, uma individualidade fora do comum". José Bonifácio, o Moço exerceu imensa influência sobre a juventude de seu tempo. A austeridade de sua vida privada, a coerência entre idéia e ação, a defesa de ideais nobres, mostravam o Andrada, aos olhos dos jovens de então, como o paradigma do político íntegro e idealista, profundamente dedicado ao interesse da coisa pública. Voltou-se também para a literatura: publicou dois livros de versos: Rosas e Goivos e Poesias. Os professores Alfredo Bosi e Nilo Scalzo selecionaram textos e organizaram um volume de poemas de José Bonifácio, o Moço, editado em 1962 pelo Conselho Estadual de Cultura de São Paulo. Sua poesia inicial, em palavras de Alfredo Bosi, "coincide com o Romantismo extremado e adolescente que cultivavam seus colegas de Academia e de Parnaso". Analisando-lhe a obra poética, prossegue o professor Alfredo Bosi, "é notório que os poetas secundários - em conjunto - são documentos históricos às vezes mais representativos de uma época do que as vozes profundas, mensageiras do humano histórico, mas, em certa medida, intemporal". E linhas adiante: "Não só historicamente se justifica a edição de um poeta esquecido. Lingüística e literariamente também”. José Bonifácio, o Moço foi casado com sua prima Adelaide Eugênia Aguiar de Andrada, com quem teve sete filhos. Gabriella Frederica de Andrada e Silva, sua filha, é mãe de meu pai, Renato de Andrada Coelho. Em segunda núpcias, casou-se com Rafaela do Lago, preceptora de seus filhos e também viúva, com quem teve um filho, que morreu aos poucos meses de idade. José Bonifácio, o Moço faleceu repentinamente na madrugada de 26 de outubro de 1886, tendo chegado, na véspera, do Rio de Janeiro, onde pronunciara seu último discurso. José de Freitas Gumarães O primeiro ocupante da cadeira nº 7, José de Freitas Guimarães, nasceu na cidade de Caldas, em Minas Gerais, a 7 de outubro de 1873. Seu pai, João de Freitas Guimarães, era português do Minho e sua mãe, Francisca Lemos de Freitas Guimarães, descendente das raízes mineiras Sanches e Lemos Brandão. A família mudou-se para Campinas, quando José de Freitas Guimarães, o menino Joca como era chamado, tinha sete anos. Fez os primeiros estudos no Colégio de Malaquias Guirlanda, do qual foi expulso após incidente com o diretor. A palmatória era aplicada nesse colégio com excessiva severidade, o que levou o aluno Freitas Guimarães a escrever umas quadrinhas incisivas que foram parar nas mãos do diretor. Sabe-se que chegaram à agressão física. Expulso do colégio, foi encaminhado pelo pai à loja de ferragens de Totó Couto, o Major Antonio Francisco de Andrade Couto, de antiga família paulista que se instalara em Campinas. A tendência literária de Freitas Guimarães não agradava ao pai, mas era incentivada por Totó Couto, que o dispensou de trabalho em tempo integral para que o jovem pudesse freqüentar o Colégio "Culto à Ciência", dirigido por Alfredo Pujol. Nesse estabelecimento de ensino, Freitas Guimarães conviveu com pessoas cujos nomes passaram à história: Edgar de Souza, Heitor Penteado, Ernesto Pujol, para citar apenas três. Dedicava-se também ao comércio, que o ligava à cidade de Santos, pólo comercial alicerçado na exportação de café. Aos 22 anos formou-se na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Foi promotor público e sub-procurador do Estado. Após 17 anos de serviço à Justiça Pública, renunciou a tudo. Segundo Rufiro Tavares essa renúncia deveu-se a "incidentes, nos quais a linha de integridade moral, com que então se mantivera no munus administrativo, lhe não permitia transigências sob quaisquer aspectos". Mudou-se para Santos, onde abriu banca de advocacia. Sua casa era freqüentada por Martins Fontes, Waldomiro Silveira, Agenor Silveira e outros escritores. A jovem Guiomar Novaes, mais tarde notável pianista, também participava dessas reuniões. José de Freitas Guimarães publicou os livros de Poemas: Estrofes, Musa Nova, Fuga das Horas, Ainda, Ainda e sempre. E no campo do Direito: A Intervenção do Direito Internacional e O realismo positivista no Direito Público. Traduziu Rostand: Trechos do Chantecler. Faleceu em Santos no dia 25 de agosto de 1944. Nuto Santanna Benevenuto Silvério de Arruda Sant Anna nasceu em Itirapina (São Paulo) a 5 de setembro de 1889, filho de Joaquim Silvério de Sant Anna Júnior e Francisca de Arruda Penteado Sant Anna. Iniciou-se cedo no jornalismo, em Rio Claro (S.P.), como colaborador e depois como redator do jornal O Alfa. Mudou-se para São Paulo em 1910, para estudar odontologia na Escola de Farmácia e Odontologia, situada à rua Três Rios, no prédio que hoje abriga a Oficina Cultural Oswald de Andrade. Em 1914 diplomou-se, mas interessava-se mesmo por jornalismo e literatura. Publicou os primeiros versos no jornal O Alfa e, mais tarde, no Jornal de Piracicaba e em revistas da Capital. Redator do Correio Paulistano, manteve duas seções: Letras & Letras e Os Novos. Como colaborador das revistas O Pirralho, A Vida Moderna e A Cigarra, participou de realizações culturais na Capital e no Interior. Trabalhou no jornal A Gazeta e publicou inúmeros artigos no jornal O Estado de S. Paulo. Foi diretor do Departamento de Cultura de São Paulo, onde, realizando valioso trabalho, fundou a Revista do Arquivo Municipal e organizou 12 volumes da série de inventários, testamentos, sesmarias e outros documentos interessantes para a história de São Paulo. Sua bibliografia é extensa: poesia, ficção, ensaios. Troféus, Morte, Morte de Amor e Aurora são alguns de seus livros de poesia; Santa Cruz dos Enforcados e Tebas, O Escravo situam-se entre os romances históricos; Pano Verde, Fidelidade às Avessas, O Homem da capa preta e Ana Maria são romances. Destaco alguns entre seus inúmeros trabalhos. Cumpre, todavia acentuar que aquilo a que mais se dedicou Nuto Sant Anna foi a crônica histórica, sobretudo a de São Paulo. O acadêmico Leão Machado, referindo-se ao escritor, jornalista e historiador, afirma que Nuto Sant Anna "legou à sua província e à sua pátria, em milhares de páginas impressas, o fruto do seu esforço e do seu pensamento criador". Nuto Sant Anna faleceu em São Paulo a 2 de janeiro de 1975. Pedro Ferraz do Amaral Pedra Ferraz do Amaral, cuja cadeira, a de nº 7 cabe-me a honra de ocupar, nasceu em Piracicaba a 21 de julho de 1901, filho de Pedro Ferraz do Amaral e Maria Cândida de Barros Ferraz. Cursou a Escola Normal de Piracicaba, mas não exerceu o magistério. Voltou-se para a imprensa, que era a sua vocação. Ligado ao grupo dos piracicabanos, do qual faziam parte seu irmão Breno Ferraz do Amaral, Leo Vaz, Sud Mennucci e Marcelino Ritter, Pedro Ferraz do Amaral iniciou sua carreira na imprensa no Jornal de Piracicaba. Esse grupo de jornalistas piracicabanos, do qual Pedrinho - como era conhecido - era o mais jovem, trabalhava no jornal O Estado de S. Paulo, órgão em que Pedro Ferraz do Amaral também viria a trabalhar. Em 1919 mudou-se para São Paulo. Escrevia, nessa ocasião, no Jornal do Comércio, no Combate, em O Dia e em várias revistas. Passou depois a trabalhar com Monteiro Lobato na Companhia Editora do escritor, onde permaneceu até 1926. Começou, então, a colaborar em O Estado de S. Paulo e na Gazeta de Notícias, do Rio, na página paulista. Ocupava também o posto de secretário de O Diário da Noite e o de redator-chefe quando esse jornal foi ter às mãos de Plínio Barreto e Assis Chateaubriand. Encontramos em seguida Pedro Ferraz do Amaral, ao lado de Amadeu Amaral, secretariando o Diário Nacional, órgão do Partido Democrático, fundado sob a direção do Conselheiro Antonio Prato. Suportou nesse período atribulações e as perseguições movidas ao jornal pelo Partido Republicano Paulista e pelos partidários de Getúlio Vargas. Permaneceu nesse órgão até 1932 quando São Paulo foi derrotado. Voltou à imprensa na direção do Correio de São Paulo, que defendia o governo de Armando de Salles Oliveira. Fechado esse órgão em 1937, Pedro Ferraz do Amaral retorna ao Estado de S. Paulo, onde trabalha até a ocasião em que o jornal é retirado de seus legítimos donos. Com a volta da legalidade, deposto o ditador Vargas, o jornalista retoma seu lugar em O Estado de S. Paulo, dirigido por Julio de Mesquita Filho. Após quarenta anos de serviços prestados à imprensa, Pedro aposenta-se. Mas continua a redigir a Revista Idort, a Revista dos Criadores e a Revista do Grupo Segurador Brasil. Com relação ao Idort, cumpre ressaltar a dedicação do jornalista a essa instituição. O "Instituto de Organização Racional do Trabalho" programa traçado por Aldo Mário Azevedo e sustentado por Armando de Salles Oliveira - encontrou em Pedro Ferraz do Amaral um colaborador extremamente devotado. Nesse organismo, o jornalista ocupou vários cargos, incluindo-se o de redator da Revista, que dirigiu por muitos anos. De tal maneira identificou-se à organização racional do trabalho, que, movido por sua experiência nessa área e por extensa pesquisa, elaborou obra de capital importância: Taylor, o mago da Administração. O autor insere essa biografia em panorama que se estende do início da era industrial à administração científica no Brasil. Como biógrafo, deixa-nos também valioso estudo sobre Celso Garcia. Vida e obra desse jornalista e político foram por Pedro Ferraz do Amaral minuciosamente analisadas - análise cujo fruto é um precioso volume de 350 páginas. "A liberdade de imprensa" - afirma Pedro Ferraz do Amaral, referindo-se a Celso Garcia - "defendeu-a com todas as armas a seu alcance, a cada vez que a manopla governamental asfixiava jornais ou jornalistas". E mais adiante: "Pode-se dizer sem erro, que a influência de seus artigos impediu muitos abusos e abafou muitos assaltos aos direitos do cidadão. Sem imprensa livre, que teria sido de nossas liberdades?" Lucia Garcia Ordine Ferraz do Amaral, viúva de Pedro Ferraz do Amaral, é sobrinha de Celso Garcia. Neste momento presto a Lucia a minha homenagem, reiterando-lhe o quão honrada me sinto ao ser empossada na cadeira que seu marido ocupou. Eleito titular do Instituto Histórico e Geográfico, Pedra Ferraz do Amaral fez parte de sua diretoria no período de 1978-1981. Participou também das atividades do Pen Centre de São Paulo. E, aqui na Academia Paulista de Letras, fez palestras sobre Affonso de Taunay, Julio Mesquita e José Bonifácio, o Moço, entre outros. Ressaltemos também seus trabalhos de tradução: As mais belas histórias de Herôdoto; O pensamento vivo de Shoppenhauer, apresentado por Thomas Mann; Ao Luar, de Maupassant; A Abadessa de Castro, de Stendhal. Tem uma obra sobre a Literatura em São Paulo, em 1922 e deixa trabalhos inéditos: Dez anos de governo do Morgado de Mateus, de 1769-1779 e No tempo de Lobato - Reminiscências. Jornalista, historiador, ensaísta, tradutor, Pedro Ferraz do Amaral ocupa lugar de destaque na imprensa e nas letras paulistas. Faleceu em São Paulo no dia 27 de junho de 1991. O ingresso na Academia Paulista de Letras significa um marco em minha carreira de escritora. E, para finalizar, é como escritora que me posiciono, afirmando, como já o fiz várias vezes, a preocupação fundamental com o ser humano - o homem, suas angústias, sua capacidade, suas limitações. O homem e seu estar no mundo. Embora ache que o compromisso essencial do escritor é para com a literatura, considero que o intelectual não pode permanecer omisso em relação a fatos que aviltem o ser humano. Ele imprime, para a sua geração e para as posteriores, seu testemunho, visão e interpretação de seu tempo. O escritor não pode calar-se. E jamais pode ser calado. voltar |
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