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Acadêmico: Antonio Penteado Mendonça Entre todos os reis da Europa continental ele é o único que nunca assinou a paz com Napoleão. Ele é o único que nunca foi derrotado pelo imperador francês.
D. João VI é quase sempre visto como um rei bufão, ou uma figura menor, que pelo jeito e pelo biotipo serve na medida para ser ridicularizado.Mas será que o rei português de verdade era isso? Como sempre toda moedas têm dois lados. D. João VI não é a exceção da regra. E o outro lado, o lado do rei competente, com um pouco de atenção se impõe, transformando a figura patética que comia frango assado o dia inteiro num soberano raramente sagaz, quem sabe o maior sobrevivente entre todos os monarcas europeus do século 19. Entre todos os reis da Europa continental ele é o único que nunca assinou a paz com Napoleão. Ele é o único que nunca foi derrotado pelo imperador francês. Numa ação inesperada, D. João transfere sua corte para o Brasil. Ergue a colônia a reino unido e continua livre do jugo da França, ainda que com a parte européia de seu império ocupada pelos franceses. Aqui, muda a cara do Rio de Janeiro. Transforma a cidade mirrada e cheia de doenças, com Jardim Botânico, praças e avenidas. Cria banco e seguradora, abre os portos. Replanta a maior floresta urbana do mundo, Abre escolas. Recupera o tempo perdido. O mais poético é pouco lembrado: manda povoar o litoral brasileiro com sardinhas para alimentar com dignidade os pobres e os escravos. E o mais importante é que volta para Portugal rei, deixando aqui um império para o filho a quem desde moço prepara para governar a nova nação livre dos laços coloniais. Este homem não tem nada de patético, ainda que filho de D. Maria e casado com Carlota Joaquina. Quem sabe por isso comece tanto frango. voltar |
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