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Acadêmico: Antonio Penteado Mendonça Os carros elétricos são uma realidade e precisam ser segurados, como todos os outros veículos.
Um seguro completamente novo Para o bem ou para o mal, com força ou sem força, os carros elétricos são uma realidade e, em função do que já foi investido, vieram para ficar. Se dominarão o mercado, como várias previsões indicavam, é outra história. O fato concreto é que estão aí e precisam ser segurados, como todos os outros veículos. As últimas notícias sobre o assunto dão conta que o ritmo de crescimento de sua produção caiu e que várias montadoras estão revendo seus planos para eles, algumas inclusive diminuindo os recursos anteriormente destinados ao seu desenvolvimento e fabricação. Na base deste movimento estão incertezas quanto à venda dos veículos usados, descarte das baterias e custos de reparos. Essas incertezas tiveram o condão de reduzir o apetite dos consumidores que, diante delas, preferem apostar no conhecido, ou seja, comprar veículos a combustão ou híbridos, já testados e aprovados. Tanto faz o que vai acontecer, para efeitos de seguros, os veículos elétricos são uma revolução. Apesar da aparência das apólices ser a mesma e o clausulado bastante parecido, por trás dos carros elétricos está um seguro completamente novo, cobrindo um risco novo, com bases atuariais inéditas ou pouco testadas, que devem dar suporte às seguradoras até terem uma tábua estatística sólida, capaz de permitir a precificação correta do risco. Quando se fala em carro elétrico, pensamos nos modelos charmosos ou de alto luxo que circulam por nossas ruas, silenciosos, chamando a atenção, mas, no mais, parecidos com os carros tradicionais, no desenho, na forma de dirigir, na velocidade e até mesmo na segurança. Mas as semelhanças terminam aí. Se o veículo quebrar ou danificar o motor ou a bateria, as oficinas atuais não servirão para muita coisa. O que está debaixo da lataria dos carros elétricos é completamente diferente de tudo que a indústria automobilística fez no último século. O projeto é diferente, o motor é diferente, o combustível é diferente, o ferramental é diferente e os materiais utilizados são diferentes. Quer dizer, entrar numa oficina mecânica tradicional com um carro elétrico não vai resultar em muita coisa, exceto aumentar os danos que levaram o carro até ela. A oficina não tem o conhecimento necessário, nem o ferramental para trabalhar num veículo desses. As chances da aventura terminar mal são reais. A única solução é usar os serviços da concessionária autorizada que, pela falta de concorrência, pode cobrar o que quiser. A soma dessas variáveis encarece o seguro do carro elétrico, sendo que alguns pontos são ainda mais complicados para as seguradoras precificarem suas apólices. Uma parte significativa do preço do veículo elétrico é a bateria. Se, por alguma razão, ela tiver que ser trocada fora da garantia do carro, o valor da indenização pode atingir o valor de uma perda total. E aí surge a pergunta: como fica? O que o segurado vai preferir, um carro novo ou a troca da bateria? E a seguradora faz o quê com o salvado? Além disso, as peças que movem o carro elétrico, em boa parte, também são diferentes das peças dos veículos a combustão. E seu custo, hoje, é mais caro. Os desafios estão aí e as seguradoras precisam entregar o seguro, mas as incertezas ainda são grandes. Publicado no SindsegSP, em 11 10 2024 voltar |
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