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Acadêmico: Antonio Penteado Mendonça As seguradoras têm batido forte na tecla da criação de um seguro obrigatório para os danos das mudanças climáticas, mas até agora o governo não se sensibilizou com o assunto.
Mudanças climáticas e o próximo verão O próximo verão está aí, poucos meses à frente. O calor já está marcando presença, apesar de ainda ser inverno. Quer dizer, o próximo verão tem tudo para ser mais quente e mais radical do que o verão de 2024. Mais radical não é apenas ser quente, mas ser sacudido por tempestades violentas, tornados, vendavais, granizo e mais uma série de eventos naturais que ganharam força em função das mudanças climáticas. Nada que não venha acontecendo ao longo dos últimos anos. Verão a verão, as condições ficam mais radicais, os eventos naturais ganham força e seus estragos se espalham pelo país. Como dizia um antigo líder sindical, “pode ser que hoje não haja, mas amanhã harará.” É uma certeza. Não é possível dizer onde o fenômeno vai acontecer, mas que ele virá, virá, e os danos serão sérios. Tanto faz o tipo do fenômeno, pessoas perderão a vida e milhões e milhões de reais serão perdidos em consequência de enchentes, desmoronamentos, vendavais, granizo, tempestades extratropicais, tornados e outros eventos da mesma origem, inclusive secas prolongadas, capazes de baixar o nível dos rios e dos reservatórios, comprometendo o abastecimento de água e a geração de energia elétrica. Não há muito que possa ser feito no curto prazo para mudar o cenário. As catástrofes acontecerão. O que pode ser feito é adotar medidas emergenciais para minimizar os prejuízos, principalmente a perda de vidas. É preciso coragem do Poder Público, mas, sem elas, o quadro pode se tornar mais sério, com desastres como as chuvas e os desmoronamentos em São Sebastião se repetindo, lá mesmo ou em outras partes do litoral norte paulista ou da região de Angra dos Reis. Em Petrópolis, os estragos já se tornaram rotina. Em São Paulo, todos os anos, os prejuízos atingem os mais pobres, justamente porque são quem habita as centenas de áreas críticas mapeadas pela Prefeitura. E, no interior, a situação não é muito diferente. Se agora a região central do Estado de São Paulo é vítima de uma seca como há muitos anos não se via outra igual, nos meses de verão a situação pode mudar radicalmente, com tempestades causando danos de monta em vários municípios. Isto para não falar em Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul etc. O quadro é preocupante e, como não foi feito nada mais concreto para reverter o quadro, as possibilidades de ocorrências severas é bastante real. As seguradoras têm batido forte na tecla da criação de um seguro obrigatório para os danos das mudanças climáticas, mas até agora o governo não se sensibilizou com o assunto. Quer dizer, este verão seguiremos sem o seguro obrigatório e com poucos seguros facultativos para fazer frente aos bilhões de reais que com certeza o país perderá. Mais uma vez, a população ficará na dependência da boa vontade do Poder Público, que, com o passar do tempo após a catástrofe, não costuma entregar tudo que promete no momento que ela ocorre. Enfim, alguma coisa pode ser feita, começando pela retirada dos moradores das áreas mais ameaçadas. Então, é exigir que o governo faça. Quanto aos danos materiais, estes é uma outra história. Publicado no SindsegSP. em 06 09 2024 voltar |
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