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Acadêmico: Antonio Penteado Mendonça Henrique Brandão foi uma pessoa carismática, complexa, direta, muitas vezes bruta na defesa de suas posições, mas, acima de tudo, foi um ser humano leal
Henrique Brandão O ano de 2024 começou com o mercado segurador lamentando a morte de quatro homens que, em suas áreas de atuação, foram importantes para o setor: Eduardo Vianna, ex-presidente da Bradesco Seguros, Álvaro de Magalhães, fundador da corretora de seguros Interbrok, José Américo Peon de Sá, fundador da Delphos, e Antonio Henrique da Cunha Bueno, ex-deputado federal e segunda geração de grandes corretores de seguros. Faz parte da vida. As pessoas nascem, crescem, deixam seus legados e morrem. A vida é inexorável e segue um ritmo que nós não compreendemos, mas temos que aceitar. A morte destes quatro homens deixa o mundo em volta deles menor, mas não diminui o mercado, porque seus respectivos legados estão aí, vivos, em contribuições relevantes, que serviram para aprimorar e desenvolver a atividade seguradora nacional. Cada um a seu modo e no seu tempo contribuiu para a consolidação de uma atividade fundamental para a segurança social. Agora, o mercado perde mais um nome de peso. Henrique Brandão, o “eterno” presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado do Rio de Janeiro, acaba de nos deixar. A sua morte tira do campo de batalha um nome da maior importância e que fará falta, especialmente neste momento em que o mercado atravessa “um mar com ondas grandes”, com reformulações profundas prontas para entrarem em cena. A regulamentação e entrada em vigor da “Lei do Seguro”, a necessidade urgente de um novo seguro obrigatório para acidentes de trânsito, o “open insurance” (seja lá o que isso venha a ser) e outros pontos, como a revisão do resseguro, exigem nomes com consistência, capacidade e credibilidade para tratarem adequadamente de cada um deles. Pela sua longa trajetória, pelo seu profundo conhecimento da atividade seguradora, pela sua liderança como Presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado do Rio de Janeiro, pela sua proximidade com o universo político, pela sua intimidade com nomes dos Três Poderes da República, Henrique Brandão foi um homem que fez a diferença em vários momentos cruciais do mercado e que fará falta no futuro próximo. Não cabe aqui enumerar as vezes em que sua atuação foi decisiva para resolver perrengues, divergências, faltas de sintonia, pontos de vista diferentes e outros problemas que uma atividade econômica que movimenta meio trilhão de reais por ano e emprega direta ou indiretamente mais de 300 mil pessoas gera no seu dia a dia. Henrique Brandão foi uma pessoa carismática, complexa, direta, muitas vezes bruta na defesa de suas posições, mas, acima de tudo, foi um ser humano leal, que nunca perdeu a noção de sua responsabilidade e da importância de seus gestos para o desenvolvimento do mercado e bem-estar de cada uma das milhares de pessoas que dependiam dele. Henrique, meu amigo, sua morte me deixa triste. Ao longo de minha vida cruzei com você nas mais diversas situações, do mesmo lado e em lados opostos, e nunca vi você se portar mal. Discutimos? Com certeza! Faz parte do caminho para a compreensão mútua e convergência de opiniões. Mas foi sempre em prol de algo maior. Além disso, batemos papo, tivemos incontáveis conversas e você foi sempre um grande companheiro. Que a eternidade te receba de braços abertos e que no Paraíso você encontre a paz. Publicado no SindsegSP, em 16 02 2024 voltar |
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